O professor convidado da FGV Educação Executiva Fernando Pedro de Moraes aponta diversos cenários onde a ferramenta pode contribuir na melhoria e crescimento de negócios.
Nos últimos anos, a Inteligência Artificial surgiu como uma força disruptiva, reconfigurando a maneira como as empresas são geridas. Não se trata apenas de uma tendência momentânea, mas de uma revolução silenciosa que está mudando os fundamentos da gestão empresarial, trazendo inovação, eficiência e uma nova era de tomadas de decisões.
Os impactos na gestão de empresas são notados em diversos exemplos, como: automatização inteligente, onde tarefas que antes demandavam horas de trabalho manual agora podem ser realizadas em questão de minutos por sistemas inteligentes; decisões baseadas em dados, agora que empresas de todos os tamanhos podem analisar grandes volumes de informações em tempo real, identificando padrões e tendências que passariam despercebidos; transformação na gestão de pessoas, com a criação de sistemas inteligentes que ajudam no recrutamento, filtrando currículos e identificando os candidatos mais adequados com base em critérios avançados; entre outros.
Para o professor convidado da FGV Educação Executiva Fernando Pedro de Moraes, a ferramenta pode ser aplicada em qualquer empresa, independente do porte: “Às vezes aquele empresário bem-sucedido, aquela grande marca de empresa que eu me espelho, talvez eu não consiga chegar ao nível dele. Mas, atualmente, até o dono de uma padaria pode fazer uma automação dos seus processos utilizando a inteligência artificial. Eu posso fazer qualquer pergunta, até do pão, por exemplo, sobre quantidades ideais de ingredientes, analisar componentes ou até fazer um estudo direcionado a um público da região e preparar um tipo de pão diferente, entender qual é o gosto do público em determinada região.”
Os algoritmos de IA estão presentes em diversos momentos do dia a dia, principalmente nos smartphones, onde a experiência do usuário pode ser mais assertiva ao receber um conteúdo personalizado.
“Quando citamos o Spotify, por exemplo, dependendo da música que você está ouvindo ali, ele já sabe como você está se sentindo no dia. Isso é uma inteligência artificial. A plataforma consegue perceber se você está bem, mais alegre ou se a sua saúde mental não está muito equilibrada, e ele pode interpretar isso e fazer as recomendações de música ou soltar uma playlist especial para a segunda-feira ou domingo, oferecendo algo que te acalme, por exemplo”, explica Fernando.
Ao abordar o assunto de vendas digitais, o uso da IA pode ajudar a alavancar as vendas, alcançando o público certo e no momento ideal. “No caso das lojas de instagram, por exemplo, existem pessoas que não sabem o que ou quando postar, mas a inteligência artificial pode ajudar sugerindo o modelo de publicação, a publicação que mais atrai, o horário que mais atrai, já que ela reconhece as ações e reações dos usuários dentro da plataforma”, detalha Fernando Pedro de Moraes. “Hoje a gente tem diversas ferramentas, como da Microsoft, do Google, da Apple, o próprio ChatGPT. Se você pode fazer diversas perguntas, como a organização financeira para uma viagem, por exemplo, então você pode imaginar isso para uma empresa, se buscar ajuda para a organização financeira do negócio.”
Um tema já percebido por diversos usuários dos smartphones é a sugestão de anúncios baseado naquilo em que é dito em voz alta perto do celular. Essa propaganda personalizada está totalmente cercada de algoritmos: “O algoritmo é um produto da inteligência artificial. Ele checa as suas tarefas, sua localização, qual aplicativo você está usando e de repente pode te sugerir um e-mail ou notificação de acordo com o que você está fazendo em determinado momento”, conta o professor.
Fernando Pedro de Moraes afirma que o uso da IA deve ser feito com cuidado, já que no meio das oportunidades apresentadas também existem as ameaças:
“É importante perceber o lado obscuro. Você pode construir com inteligência artificial, por exemplo, uma fala na boca de alguém e aquela pessoa nunca falou aquela frase, são as deepfakes. Até mesmo numa propaganda de um produto que está muito barato, como ele era tão caro e de repente ele está tão barato? É necessário fazer a distinção de fato e fake já que os riscos também são exponenciais.”
Essa foi uma entrevista concedida à Band Mais.
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