IGP-M varia 0,96% em dezembro e acumula alta de 23,14%em 12 meses
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,96% em dezembro, percentual inferior ao apurado em novembro, quando havia apresentado taxa de 3,28%. Entre janeiro e dezembro de 2020, o índice acumulou alta de 23,14%. Em dezembro de 2019, o índice havia subido 2,09% e acumulava alta de 7,30% em 12 meses.
“O grupo que exerceu maior pressão inflacionária no índice ao produtor por estágios de processamento cedeu no último mês de 2020. As matérias-primas brutas caíram 0,74% em dezembro. As principais contribuições para este movimento partiram das commodities: soja (11,91% para -8,93%), bovinos (7,40% para -0,58%) e milho (21,85% para -2,17%). Os preços da soja e do milho seguem em alta em bolsas internacionais e tal movimento pode limitar a magnitude das quedas nas próximas apurações”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,90% em dezembro, ante 4,26% em novembro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 2,04% em dezembro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 2,74%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 4,15% para 2,29%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 1,34% em dezembro, ante 2,48% no mês anterior.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 4,07% em novembro para 1,86% em dezembro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual passou de 4,79% para 1,30%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 1,51% em dezembro, contra 4,29% em novembro.
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 0,74% em dezembro, após alta de 5,60% em novembro. Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: soja em grão (11,91% para -8,93%), milho em grão (21,85% para -2,17%) e bovinos (7,40% para -0,58%). Em sentido oposto, destacam-se os itens minério de ferro (-2,39% para 4,34%), leite in natura (-3,80% para 2,41%) e café em grão (2,13% para 6,47%).
Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,21% em dezembro, ante 0,72% em novembro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Habitação (0,23% para 2,11%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -0,16% em novembro para 8,59% em dezembro.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (1,44% para 2,63%), Alimentação (1,61% para 1,72%), Despesas Diversas (-0,04% para 0,28%) e Comunicação (0,09% para 0,10%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: passagem aérea (11,70% para 14,62%), frutas (-0,64% para 4,59%), alimentos para animais domésticos (-1,44% para 1,76%) e mensalidade para TV por assinatura (-0,08% para 0,86%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (0,94% para 0,71%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,16% para 0,06%) e Vestuário (0,29% para -0,17%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, destacam-se os seguintes itens: gasolina (1,93% para 1,26%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,29% para -0,18%) e roupas (0,40% para -0,36%).
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,88% em dezembro, ante 1,29% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de novembro para dezembro: Materiais e Equipamentos (2,85% para 2,08%), Serviços (0,73% para 0,38%) e Mão de Obra (0,24% para 0,06%).
Variação % mensal
Variação % acumulada em 12 meses
Resultados anteriores:
- - Novembro 2020
- - Outubro 2020
- - Setembro 2020
- - Agosto 2020
- - Julho 2020
- - Junho 2020
- - Maio 2020
- - Abril 2020
- - Março 2020
- - Fevereiro 2020
- - Janeiro 2020
- - Resultados IGP-M 2019
- - Resultados IGP-M 2020
- - Resultados IGP-M 2021
Sobre o IGP-M:
O Índice Geral de Preços (IGP) foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é calculado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) e utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Como o IGP-M é calculado:
O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).
- - Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- - Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- - Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:
- - 60% para o IPA;
- - 30% para o IPC;
- - 10% para o INCC;
Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.
Como o IGP-M é utilizado:
O IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.
Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.
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