IGP-DI varia 0,45% em setembro de 2023

No cenário do consumidor, a gasolina foi a principal influência, com um aumento de 2,62%, em comparação com 1,24% na última apuração.
Economics
06 October 2023
IGP-DI varia 0,45% em setembro de 2023

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI)  variou 0,45% em setembro. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,05%. Com este resultado, o índice acumula variação de -4,88% no ano e de -5,34% em 12 meses. Em setembro de 2022, o índice havia caído 1,22% e acumulava elevação de 7,94% em 12 meses.

"Nesta edição do IGP-DI, os três índices componentes apresentaram aceleração em suas taxas de variação. Em relação à inflação ao produtor, apesar da desaceleração do ritmo de aumento dos preços do Diesel (de 13,29% para 11,00%) e da gasolina (de 8,36% para 7,23%), os combustíveis ainda tiveram uma influência significativa sobre o resultado do IPA. No cenário do consumidor, a gasolina foi a principal influência, com um aumento de 2,62%, em comparação com 1,24% na última apuração. Quanto ao INCC, vale destacar os serviços, que registraram um aumento de 0,52%, em contraste com os 0,25% registrados em agosto", afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

Qual o valor do IGP-DI acumulado em 12 meses?

Com este resultado, o índice acumula variação de -4,88% no ano e de -5,34% em 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
set/230,45%-5,34%
ago/230,05%-6,91%
jul/23-0,40%-7,47%
jun/23-1,45%-7,44%
mai/23-2,33%-5,49%
abr/23-1,01%-2,57%
mar/23-0,34%-1,16%
fev/230,04%1,53%
jan/230,06%3,01%
dez/220,31%5,03%
nov/22-0,18%6,02%
out/22-0,62%5,59%
set/22-1,22%7,94%

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,51% em setembro. No mês anterior, o índice havia variado 0,10%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de -0,22% em agosto para -0,21% em setembro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja variação passou de -0,81% para -0,32%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,04% em setembro, contra queda de 0,31% em agosto.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 0,58% em agosto para 1,48% em setembro. O principal responsável por esta alta foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de -1,16% para 0,28%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 0,18% em setembro, após queda de 1,01%, no mês anterior.
O estágio das Matérias-Primas Brutas variou 0,14% em setembro, ante queda de 0,11% em agosto. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: minério de ferro (0,19% para 7,72%), milho em grão (-2,20% para -1,65%) e arroz em casca (6,33% para 7,71%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: soja (3,87% para 0,78%), mandioca/aipim (3,13% para -3,71%) e aves (-0,76% para -3,82%).

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,27% em setembro. Em agosto o índice caíra 0,22%. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (-2,76% para 1,34%), Transportes (0,39% para 1,06%), Alimentação (-0,84% para -0,64%), Vestuário (-0,25% para -0,09%), Comunicação (0,03% para 0,15%) e Despesas Diversas (-0,06% para -0,02%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-16,33% para 8,46%), gasolina (1,24% para 2,62%), hortaliças e legumes (-6,87% para -2,64%), roupas (-0,30% para -0,15%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,23% para 0,42%) e alimentos para animais domésticos (-0,54% para -0,01%).

Em contrapartida, os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,36% para -0,10%) e Habitação (0,51% para 0,39%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: artigos de higiene e cuidado pessoal (0,45% para -1,31%) e tarifa de eletricidade residencial (2,42% para 0,75%).

Núcleo do IPC e Índice de Difusão

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,26% em setembro, ante 0,19% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 31 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 25 apresentaram taxas abaixo de -0,01%, linha de corte inferior, e 6 registraram variações acima de 0,62%, linha de corte superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 45,16%, 2,26 pontos percentuais abaixo do registrado em agosto, quando o índice foi de 47,42%.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,34% em setembro, ante 0,17% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de agosto para setembro: Materiais e Equipamentos (-0,18% para 0,18%), Serviços (0,25% para 0,52%) e Mão de Obra (0,61% para 0,53%).

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar.

Calendário de Divulgação:

Confira todos os resultados do IGP-DI em 2023.

O que é o IGP-DI?

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), é um indicador do movimento de preços que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro de inflação no Brasil. 

Para que serve?

O IGP-DI está estruturado para captar o movimento geral de preços através de pesquisa realizada nas áreas de cobertura de cada componente, durante o mês calendário, isto é, do primeiro ao último dia do mês de referência. Nessa pesquisa, cobre-se todo o processo produtivo, desde preços de matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos preços de produtos intermediários até os de bens e serviços finais. 

Como é utilizado?

Do ponto de vista da utilização, o propósito inicial do IGP era indicar as fases do ciclo econômico, deflacionando a antiga série de evolução dos negócios. Mais adiante, o IGP-DI teve seu papel de deflator estendido às Contas Nacionais. Com a introdução da correção monetária no Brasil, em 1964, intensificou-se a utilização desse índice em diferentes operações financeiras, especialmente reajustes contratuais.

Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. O IGP-DI também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. É natural, portanto, que haja por parte dos usuários o interesse em conhecer, em profundidade, os aspectos relacionados à metodologia de cálculo deste índice.

Como é calculado?

Quando da inclusão do ICC no cálculo do IGP-DI, convencionou-se que os pesos de cada índice componente corresponderiam a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais. Daí resultou a seguinte distribuição: 60% para o IPA, 30% para o IPC e 10% para o ICC (INCC).

A escolha destes pesos tem a seguinte explicação:

  1. Os 60% representados pelo IPA-DI equivalem ao valor adicionado pela produção de bens agropecuários e industriais, nas transações comerciais em nível de produtor;
  2. Os 30% de participação do IPC-DI equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços de consumo;
  3. Quanto aos 10% complementares, representados pelo INCC-DI, equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil.

Diferença entre IGP-DI, IGP-M e IGP-10

O IGP-DI é uma das denominações do IGP. O que muda entre o IGP-DI, o IGP-10 e o IGP-M (e suas prévias) é o período de apuração do índice.

  • IGP–M, pesquisado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência;
  • IGP–10, entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência;
  • IGP–DI, entre o 1º e o último dia do mês de referência;

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