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Projeto promove imersão que explora desafios urbanos e ambientais na Baixada Santista

A experiência permitiu o contato direto com projetos de grande relevância e a discussão de temas como mobilidade urbana, gestão de resíduos, transporte de cargas, operação portuária, habitação e emergência climática.

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Projeto promove imersão que explora desafios urbanos e ambientais na Baixada Santista

Alunos do Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas (MPGPP) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP) realizaram uma imersão na Baixada Santista entre os dias 15 e 17 de outubro. A atividade, que envolveu 37 alunos, 2 professores e um monitor, teve como objetivo oferecer uma vivência prática em governança de infraestruturas, permitindo que os estudantes interagissem diretamente com as realidades e os desafios da gestão urbana e ambiental daquela região metropolitana.

A parceria foi estabelecida com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação e com a Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM BS), além de diversas instituições públicas e privadas. Entre os parceiros envolvidos estavam a Autoridade Portuária de Santos e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), além das prefeituras de Bertioga, Praia Grande e São Vicente, o SESC e a Universidade Católica de Santos. Essa colaboração permitiu aos alunos contato direto com projetos de grande relevância, e os alunos discutiram temas como mobilidade urbana, gestão de resíduos, transporte de cargas, operação portuária, habitação e emergência climática.

Dia 1: Mobilidade Urbana e Transporte Público Integrado

No primeiro dia, os alunos tiveram a oportunidade de explorar sistemas de mobilidade urbana e transporte público integrado. Eles conheceram o funcionamento do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre Santos e São Vicente, um importante projeto para a região. Além disso, foi possível entender a ampliação da malha cicloviária e os esforços das prefeituras para integrar diferentes modais de transporte, promovendo maior sustentabilidade e eficiência no deslocamento urbano. Os alunos também visitaram o Centro de Controle Operacional e viram a importância de adotar um olhar sistêmico para a criação de políticas públicas eficazes, ponto este que foi evidenciada ao longo das discussões, enfatizando o papel das infraestruturas no uso e ocupação do solo urbano.

Dia 2: Sustentabilidade e o Porto de Santos

No segundo dia, um dos focos relevantes foi a sustentabilidade. Os alunos visitaram a planta de biodigestão de resíduos em Bertioga, onde conheceram soluções adotadas para a gestão de resíduos, a compostagem e a geração de energia limpa. A visita destacou também o papel da resiliência climática e da inovação na gestão ambiental da região. Os alunos visitaram ainda o Porto de Santos, o maior da América Latina, onde tiveram contato com a complexa logística portuária e os desafios do transporte de cargas e da infraestrutura marítima, além dos desafios da integração entre porto e cidade, entre a operação portuária e a gestão urbana e metropolitana.

Dia 3: Projetos inovadores 

No último dia da imersão, o foco esteve no contato com uma série de novos projetos desenvolvidos na Região Metropolitana da Baixada Santista. O primeiro deles foi o projeto de construção do túnel submerso que ligará Santos ao Guarujá, uma iniciativa que vai ligar setor público e iniciativa privada visando solucionar o problema clássico da interligação entre as duas cidades. Foi também apresentado o SIMM - Sistema de Informações Metropolitanas e Municipais, orientado ao mapeamento e gestão da política habitacional, com forte ênfase no olhar para as favelas existentes em todas as cidades da região, e conduzido pela CDHU em parceria com o Instituto Geográfico e Cartográfico. Por fim, conheceram as iniciativas da Universidade Católica de Santos no suporte à AGEM e municípios para desenvolver capacidades técnicas em sustentabilidade, cidades inteligentes e ação climática. 


Essas experiências em campo complementaram a formação acadêmica dos alunos ao longo do programa, oferecendo uma compreensão aprofundada dos desafios enfrentados pelos gestores públicos no contexto contemporâneo. O professor Luis Paulo Bresciani, vice-coordenador do curso, destacou que “tratar de uma região específica, como a Baixada Santista, e de um tema estrutural como a governança de infraestruturas, permitiu aos nossos alunos ampliar seu conhecimento, conhecer iniciativas e problemas reais para a população, para o território, para os formuladores e implementadores de políticas públicas”.

Para o Subsecretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, José Police Neto, que acompanhou as atividades, essa iniciativa é fundamental para a elaboração de projetos estratégicos para a região. “A Região Metropolitana da Baixada Santista foi escolhida pela FGV para a imersão dos profissionais em evolução. Agora o desafio é propor soluções, novos conceitos ou pontos de vista inovadores para a Governança Metropolitana", afirma.

O diretor executivo da AGEM BS, Thiago Wiggert, afirma que a parceria com a FGV é fundamental para o desenvolvimento e debate da metropolização. “Precisamos do apoio acadêmico para que possamos debater ações efetivas seja no enfrentamento as mudanças climáticas ou outros projetos que garantam qualidade de vida para a população. A presença dos alunos da FGV, de várias regiões do país, se tornou algo ainda mais enriquecedor para o debate da metropolização".

A interação entre academia e poder público foi outro ponto forte da atividade, permitindo que os alunos possam propor soluções inovadoras para os problemas observados. Essa troca de conhecimento reforça a importância da prática no processo de ensino-aprendizagem do MPGPP, além de refletir e apoiar o desenvolvimento sustentável, a governança metropolitana e a efetividade das políticas públicas da Baixada Santista.

Para saber mais sobre o Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas, acesse o site.