Administração

Blockchain amplia governança digital no setor de gás natural

Tecnologia implementada pela Petrobras aumenta precisão e escalabilidade da controladoria com uso de blockchain

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Dois homens e duas mulheres trabalhando em um projeto

Artigo de José Luiz Kugler, professor da FGV EAESP, e Otávio Soares, especialista em Blockchain para Negócios, publicado na revista GV Executivo, apresenta os resultados da pesquisa do projeto GoGas, conduzido pela Petrobras para modernizar a governança digital no setor de gás natural. 

A maioria das grandes organizações ainda depende de sistemas legados — tecnologias antigas, adaptadas ao longo do tempo, mas que se tornaram inflexíveis, caras e incompatíveis com outras plataformas. Em setores complexos, com múltiplos agentes e dados descentralizados, como o de energia, esses sistemas dificultam uma visão integrada e confiável das operações. Isso exige a criação de inúmeras interfaces, que elevam o risco de falhas ou manipulações nos dados, especialmente em contextos que demandam controle em tempo real. 

No caso analisado, a expansão da rede de distribuição de gás e a entrada de novos participantes tornaram os processos de coleta, integração e contabilização cada vez mais trabalhosos e suscetíveis a erros. A Petrobras enfrentava dificuldades para garantir precisão e transparência em um mercado que movimenta milhões de metros cúbicos de gás por dia e gera, apenas com ICMS, cerca de R$ 1,5 bilhão em tributos mensais. 

Foi nesse cenário que nasceu o projeto GoGas, priorizado no ciclo 2022 do programa Desafios de Inovação. O objetivo era garantir a confiabilidade na medição e contabilização das operações — conhecidas no setor como nominations — e assegurar que a injeção de gás nos gasodutos ocorresse de forma rastreável e em conformidade com os contratos estabelecidos. 

A nova solução, baseada em blockchain, foi desenhada com três critérios principais: escalabilidade, para suportar o crescimento das operações sem perda de desempenho; flexibilidade, para integrar múltiplos agentes e regras contratuais; e precisão, essencial para mitigar riscos legais e garantir a confiança nos dados. 

O projeto posiciona o uso do blockchain como peça-chave na transformação digital da controladoria e como referência para setores que lidam com dados sensíveis, distribuídos e auditáveis. 

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