Institucional

Crescimento brasileiro deve apresentar acomodação, aponta FGV

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O baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ? que, em maio último, segundo as Contas Nacionais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou aumento de 0,6% ?, surpreendeu os analistas e reduziu ainda mais a taxa média de crescimento projetada pelos economistas do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE) para 2013.            
 

De um crescimento de 2,7% do PIB (estimado no primeiro trimestre deste ano) o número caiu para 2,3%. Para 2014, a previsão é a de que o Brasil cresça um pouco mais, 2,6%. Além do fraco desempenho econômico do país, soma-se ao cenário a alta inflação, que deve ficar no patamar de 6% até dezembro.

 

Segundo Armando Castelar, coordenador da área de Economia Aplicada do IBRE, o panorama da economia aponta para uma acomodação no crescimento, que pode ficar mais difícil devido a pressões internas e externas como a perda de credibilidade da política monetária e fiscal e uma possível piora no cenário externo. ?Vamos crescer pouco em 2013 e 2014, mas ainda temos um mercado de trabalho surpreendentemente bem comportado. Porém, fica a pergunta, em que medida o crescimento vai continuar assim tão gradual num cenário de juros baixos, política fiscal expansionista e crédito público em patamares altos??, indagou durante o segundo Seminário trimestral de Análise Conjuntural do IBRE do ano, realizado no último dia 17.
 

Volume de investimentos em infraestrutura é baixo
 

Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro IBRE, completou a reflexão de Castelar atentando para o baixo volume de investimentos do governo em infraestrutura, pilar importante para o crescimento sustentável do país: ?Mesmo com a estabilidade no investimento público federal, que tem subido nos últimos meses, o investimento em infraestrutura, como proporção do PIB, infelizmente se contraiu entre 2012 e 2013. Até o momento, só se gastou 0,27% do PIB no acumulado até abril. Esse número é pior do que o da época da crise, em 2009, quando registrou 0,31%?, salientou a economista ao destacar também não há espaço para políticas anticíclicas no Brasil.
 

Aceleração continua e setor de serviços ampara crescimento
 

Apesar das projeções não muito otimistas dos analistas, Regis Bonelli, pesquisador da Economia Aplicada e organizador do seminário, acredita que esse não é o fim da fase de aceleração da economia brasileira. ?O desempenho da economia está muito amparado no crescimento do setor de serviços que ainda está razoável, cresceu 1,7% em quatro trimestres, enquanto a indústria vem sendo deficitária há anos?, destacou.
 

Fonte: IBRE/FGV