Dia Internacional da Mulher: Alunas da FGV revelam a importância da presença feminina na ciência

Em entrevista ao FGV Notícias, as alunas da FGV EMAp relataram suas experiências dentro da área e falaram sobre o dia a dia predominantemente masculino, tanto na Matemática como na Ciência de Dados.
Matemática Aplicada
08 Março 2023
Dia Internacional da Mulher: Alunas da FGV revelam a importância da presença feminina na ciência

Três nomes de destaque na história da matemática: Sophie German, Maryam Mirzakhani e Katherine Jonhson. O que elas têm em comum? A presença de mulheres dentro da Ciência como forma de representatividade e empoderamento feminino.

Desde Sophie German, que se correspondia com nomes como Gauss e Lagrange, passando por Maryam Mirzakhani, a primeira mulher a ganhar a medalha Fields, considerado o prêmio Nobel de matemática, até Katherine Jonhson, uma das protagonistas do filme “Estrelas além do tempo”, a história da Ciência é caracterizada pelo baixo reconhecimento à contribuição das mulheres. Personalidades que muitas vezes ficaram apagadas pelo machismo latente das exatas, sempre predominada por homens.

É por isso que hoje, dia 8 de março de 2023, no Dia Internacional da Mulher, Nicole dos Santos (5º período de Matemática Aplicada), Ana Carolina Erthal (5º período de Ciência de Dados) e Anna Clara Damasio (3º período de Matemática Aplicada), em entrevista ao FGV Notícias, relataram suas experiências dentro da área na Escola de Matemática Aplicada (FGV EMAp) e falaram sobre o dia a dia predominantemente masculino, tanto na Matemática como na Ciência de Dados.

 

As referências femininas, muitas vezes, foram balizadas por outros pilares que não eram sinônimo de conhecimento. É nesta linha, que as alunas contaram que encontrar mulheres no meio da matemática é muitas vezes escasso. Hoje elas comentam que o apoio entre si é fundamental e faz toda a diferença na construção da caminhada acadêmica.

Nicole ressalta a falta de referências femininas como um grande desafio e, por vezes, relembra que vem o pensamento de se considerar incapaz de ocupar um local que está sendo representado por homens. “Por que será que a área é tão desbalanceada? Será que eu consigo mesmo? Eu acho que isso passa na cabeça de toda menina que escolhe esse ramo e é um desafio passar por esse processo, entender que eu consigo, sim, vamos seguir em frente e chegar lá”, disse ela.

Na construção de uma caminhada acadêmica dentro da Ciência, também se faz necessária a presença de mulheres notáveis. Por isso, Ana Carolina, relata que ter um espelho de uma mulher que seguiu por esse caminho antes dela é sempre especial. Para ela, olhar para pessoas que já fizeram Computação, Matemática e pensar que um dia também é possível ocupar este local, é de extrema importância.

Além da relevância da presença feminina na área de exatas, cursar Matemática ou Ciência de Dados, muitas vezes pode causar estranheza para grande parte das pessoas, por ainda existirem poucas mulheres nos cursos. A aluna Anna Clara comentou que se pudesse dar apenas um conselho para as estudantes que querem ingressar no curso, esse conselho seria: “Não desista dos seus sonhos. Se é sua paixão e o que você gosta de fazer, siga em frente, que a área de exatas é para todos”.

Nicole, Ana Carolina e Anna Clara podem ser consideradas um futuro espelho para as próximas gerações de meninas que sonham em ser cientistas. Nicole reforçou ainda, a importância de existirem mais espelhos para guiarem as próximas gerações.

Os desafios não param por aí. De acordo com Ana Carolina, no caso das meninas que entram na Matemática, começam desde cedo quando se deparam com menos meninas. Para além de personalidades femininas na ciência, união entre mulheres, fortalecimento e enfrentamento de desafios, a falta de representatividade foi um ponto latente discutido por elas.

Ser vista por outra mulher e representada ainda é escasso na área e é o que as alunas estão buscando dentro da trajetória acadêmica cursando Matemática e Ciência de Dados. A resiliência de continuar o curso mesmo depois de tantos preconceitos de gênero é fundamental para elas. Por isso, elas ressaltam a importância da união de mais mulheres nesses cursos, para estabelecerem parcerias e trocas de conhecimento em busca, fundamentalmente, de representatividade no campo.

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