Dia Mundial da Arte celebra o exercício experimental da liberdade
“Enxergo que a arte é um processo que o Mário Pedrosa chamou de exercício experimental da Liberdade. Ela tem essa capacidade de colocar, surgindo na mentalidade do ser humano como uma possibilidade de expressão e de se libertar diante dos constrangimentos, disse Paulo Herkenhoff, curador da nova exposição da FGV Arte “Brasília: a arte da democracia”.
Hoje, no dia 15 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Arte, por isso o FGV Notícias entrevistou um importante nome do mundo das artes, Paulo Herkenhoff, curador, crítico de arte, artista.
Renomado autor, curador e historiador da arte, Paulo é reconhecido como uma figura fundamental para especialistas em âmbito nacional e internacional. Sua trajetória profissional se destaca pela articulação entre trabalho institucional e pesquisa inovadora, tendo contribuído diretamente para importantes processos de transformação no campo da arte ao longo de sua carreira.
Com experiência em coordenação e direção de coleções e instituições de arte, Herkenhoff atuou como curador no MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova York - e na Fundação Eva Klabin Rapaport, além de ter prestado consultoria para a Coleção Cisneros em Caracas e para a IX Documenta de Kassel em 1991.
Leia abaixo a entrevista completa.
Como você enxerga no Dia Mundial da Arte a arte contemporânea?
A arte tem um pouco de fantasia, mas também pode ser madura, referência à realidade, aquilo que nós não vimos, o que nos mostra de uma forma que nunca tínhamos visto.
Ao mesmo tempo que a arte existe em todas as sociedades com nomes diferentes, mas sempre significando. Essa necessidade que o homem tem de se manifestar em termos simbólicos, não é? Então, nesses termos, a arte pode lidar com a coesão de uma sociedade.
De que forma a nova exposição da FGV Arte contribui para esse processo?
Eu cito o poeta Ezra Pound, que disse que o artista é o radar da sociedade. E aqui nós temos muitos radares, agudos e sensíveis que nos mostram situações muito especiais de nossa condição humana desde a sexualidade até os nossos compromissos e desafios políticos.
O que você acha que as pessoas podem esperar dessa exposição?
Aqui tem muitas exposições e muitas surpresas. Por exemplo, tem mais exposição sintética, de Maria Martins. Com os seus materiais, as suas questões da subjetividade.
Há também Silvio Meirelles, um dos mais importantes artistas do mundo na atualidade. Ele apresenta a caixa de Brasília que ele considera ser uma obra chave na sua trajetória que é a arte física, ligada à Geografia humana.
Nós temos uma trajetória de mulheres escultoras de Brasília. Passamos por Maria Martins, Mary Vieira, Marianne Peretti. Transcorre pelas mulheres de Planaltina, uma cidade colonial na área do Distrito Federal, que trabalham com barro e vamos as mulheres indígenas Carajás com as bonecas. Os visitantes vão experimentar muitas formas de pensar o Brasil e diferentes maneiras como a arte se manifesta com surpresas.
Local:
FGV Arte
Praia de Botafogo, 190
Horário (de 13 de abril a 14 de julho):
Terça a sexta, 10h às 20h
Sábado, domingo e feriado, 10h às 18h
Para saber mais sobre a FGV Arte, acesse o site.
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