Estudo aponta caminhos de impacto até um empreendimento social

A pesquisa publicada na revista GV-executivo tem como objetivo discutir a avaliação de impacto social como forma de aprimorar a gestão em empreendimentos sociais.
Administração
31 Maio 2023
Estudo aponta caminhos de impacto até um empreendimento social

A gestão das ações em busca de uma avaliação de impacto se dá de forma pertinente se tratando de empreendimentos sociais. Por isso o estudo de Juliana Rodrigues (doutoranda na Aalto University e na FGV EAESP) e Aurélia Adriana de Melo (professora da Faculdade Dom Bosco) publicado da revista GV-executivo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP) tem como objetivo discutir a avaliação de impacto social como forma de aprimorar a gestão em empreendimentos sociais.

Neste contexto, muitos são os movimentos que tangenciam o desenvolvimento e o fortalecimento do empreendedorismo social no brasil, entre eles a avaliação de impacto. Para dar conta da complexidade do tema, o caminho proposto é a análise dos indicadores de direção (leading indicators) e de resultado (lagging indicators), seja por meio da avaliação ou gestão das ações, com base na teoria da mudança.

“Não se gerencia o que não se avalia, não se avalia o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia”. Inspiradas pela frase de Edwards Deming, estatístico e uma das principais referências em gestão da qualidade, as autoras salientam o que é essencial no processo de entendimento da avaliação de impacto social.

Escopo

O início do processo é formado pelo escopo, pode ser bem definido e relacionado às atividades centrais quando a definição de impacto é restrita e intencional. A próxima questão envolve decidir qual alcance de o impacto avaliar: nos curto e médio prazos (outcomes) ou no longo (impacto). Em seguida, cabe observar o que faz sentido avaliar considerando o estágio de desenvolvimento/amadurecimento do negócio. Por fim, cabe escolher entre abordagens de avaliação customizadas ou padronizadas e os indicadores, quantitativos, qualitativos ou mistos

Caminho

O caminho da concretização de um empreendimento social, baseado no impacto positivo tem como mote a teoria da mudança, que acompanha e gerencia o processo. Os componentes da teoria são:

  • Inputs
    Recursos necessários
  • Atividades
    Estratégias implementadas
  • Outputs
    Produtos imediatos das atividades
  • Outcames
    Resultados de curto ou médio prazo

Impacto

De acordo com as pesquisadoras quando a teoria da mudança é adotada como guia para a gestão e avaliação de impacto, recomenda-se a definição de indicadores-chave para cada um dos elementos, organizados em etapas.

Indicadores

É difícil apontar um único indicador para a avaliação. Uma forma possível de classificação é organizá-la em duas categorias:

  • Indicadores de resultado (lagging)
    Também podem ser chamados de indicadores de ocorrência oferecem uma leitura do estado atual do que é avaliado, como resultado de ações passada.
  • Indicadores de direção (leading)
    Ou indicadores de tendência são aqueles que podem impulsionar o desempenho esperado e devem ser monitorados com maior frequência.

O foco apresentado no estudo é incorporar a noção de indicadores de direção e de resultados no processo de avaliação de impacto, para que se torne também um mecanismo de gestão. “Busca-se assim balancear a perspectiva de processos – com foco maior em eficiência, eficácia e acompanhamento de implementação do plano de atividades – e a de resultados, com foco na transformação social, disseram Juliana e Aurélia. 

Caminhos possíveis

É de extrema importância, além do acompanhamento dos objetivos de impacto de longo prazo em negócios de impacto, que seja verificado também o alcance de impactos de curto e médio prazos. Para tanto, recomenda-se a adoção de indicadores de resultados baseados na teoria da mudança. 

“Por mais que esses indicadores de processo não substituam a avaliação de impacto em si, uma vez pensados e estruturados com base em uma teoria da mudança construída de forma robusta, poderão ser usados tanto para a gestão quanto para o relacionamento e a comunicação com os atores estratégicos”, concluíram as autoras.

Para ler o artigo completo, acesse o site.

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