Economia

Estudo revela que tributação conjunta pode ampliar desigualdade de gênero nos lares

Pesquisa de professores da FGV EPGE publicada no Journal of Public Economics analisa impactos da tributação familiar sobre a distribuição de renda e o equilíbrio de poder entre cônjuges 

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casal fazendo cálculos para pagamento de contas

Um estudo de professores e ex-alunos da EPGE Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE) aponta que a tributação conjunta da renda familiar pode acentuar desigualdades de gênero dentro dos lares. O artigo, intitulado Intrahousehold Inequality and the Joint Taxation of Household Earnings, foi publicado no Journal of Public Economics e é assinado pelos professores Carlos Eugenio Ellery Lustosa da Costa e Humberto Luiz Ataíde Moreira, em coautoria com os pesquisadores Cassino B. Alves e Felipe Lobel Araujo Castro, doutores pela FGV EPGE

A pesquisa avalia como diferentes regimes de tributação — em especial a tributação conjunta da renda familiar — afetam a distribuição de renda entre os cônjuges. O estudo mostra que, quando o imposto considera apenas a renda total do lar, sem levar em conta como ela é dividida entre marido e mulher, podem surgir distorções e, em certos contextos, reforçar desigualdades de gênero e reduzir a autonomia financeira de mulheres em casais heterossexuais. 

O estudo também avalia os impactos sobre incentivos ao trabalho, revelando que a tributação conjunta pode desestimular a participação de um dos cônjuges no mercado de trabalho, geralmente aquele com menor renda. 

As conclusões oferecem subsídios importantes para o debate sobre reforma tributária e equidade de gênero, sugerindo que políticas fiscais devem considerar não apenas a eficiência econômica, mas também os efeitos distributivos dentro dos lares. 

Para ler o artigo completo, acesse aqui.