Energia

FGV Energia e Petrobras firmam parceria para gerar energia a partir de resíduos da pesca na Amazônia 

Iniciativa transforma passivo ambiental em valor econômico, impulsiona a bioeconomia e fortalece comunidades ribeirinhas na Amazônia 

Compartilhe:
Presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, com Magda Chambriard, presidente da Petrobras

Um projeto inovador vai transformar os resíduos da pesca na Amazônia Legal em fontes de energia limpa e produtos que fortalecem a economia local. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a FGV Energia, a Petrobras, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e o Instituto Senai de Inovação em Biomassa. 

Com duração de 18 meses, o projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) prevê o aproveitamento de resíduos de pescado para a geração de biogás, biometano e biodiesel, além da produção de biofertilizantes e ingredientes para ração animal. O acordo foi assinado no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. 

“Queremos transformar um problema ambiental em uma oportunidade econômica, promovendo uma transição energética mais justa e sustentável”, afirma diretor executivo da FGV Energia, Carlos Quintella. 

Ao transformar um passivo ambiental em ativos energéticos e produtivos, a iniciativa promove a economia circular, reduz impactos ambientais e gera emprego e renda. A parte proteica dos resíduos será utilizada para a fabricação de ração — uma solução estratégica para piscicultores, que enfrentam altos custos de alimentação na criação de peixes. 

Outra frente do projeto é o teste de misturas entre resíduos da pesca e subprodutos do biodiesel, como a glicerina, para potencializar a produção de biogás. A proposta inclui a instalação de uma planta piloto modular no campus da UFAM, servindo de modelo replicável em outras regiões do país. 

A criação de um Atlas de Biogás e Biometano também está prevista, mapeando o potencial de geração desses combustíveis na Amazônia e no Brasil. A valorização da pesca, que emprega cerca de 50% de mulheres na região, reforça o compromisso com a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas. 

A iniciativa está alinhada a diversos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), como energia limpa (ODS 7), igualdade de gênero (ODS 5), erradicação da pobreza (ODS 1) e ação climática (ODS 13), demonstrando como inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas para promover um futuro mais justo e ambientalmente responsável.