Fórum do Conhecimento reúne convidados para discutir a agenda ESG nas organizações
O objetivo da iniciativa é unir conhecimento de fronteira produzido na academia com cotidiano do mercado.
O programa de Mestrado Profissional em Administração da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP) realizou a segunda edição da disciplina Fórum do Conhecimento. O objetivo da iniciativa é unir o aprendizado de fronteira produzido na academia com o cotidiano do mercado. Para isso, convidados de diversas esferas apresentam seus desafios e soluções em torno da temática “A Agenda ESG nas organizações” para os alunos do curso, em São Paulo, nos dias 08 e 09 de dezembro. Sob a supervisão e organização do coordenador do programa, professor doutor Paul Ferreira, foi possível desbravar cada letra da sigla ESG com cases reais e atuais, além de uma revisão de literatura da área.
A esfera social foi marcada pelas convidadas Edise Toreta, Head de RH Latam do Grupo Merck, e Renata Rivetti, especialista em felicidade corporativa na Reconnect. Edise apresentou um case do Diálogos de Engajamento da Merck como forma de desenvolver o senso de propósito e pertencimento do colaborador. Segundo ela, é preciso ter iniciativas individuais na empresa para desenvolvimento pessoal e melhor experiência além de campanhas corporativas gerais. Portanto, verdadeiramente conhecer cada pessoa que trabalha com você é o primeiro passo para ações sociais mais eficientes.
“Contribuímos para a formação de muitos líderes e como podemos transformar a cultura de uma empresa e implementar o ESG de forma que realmente tenha impacto e colocando as pessoas em primeiro lugar. O quanto você ouve verdadeiramente o ser humano e a necessidade de cada um?”, comenta Edise Toreta.
Já Renata Rivetti abordou o projeto de quatro dias da semana de trabalho no Brasil e trouxe alguns dados de pesquisas de como a produtividade está muito baixa e a desmotivação muito alta.
Segundo a especialista em felicidade corporativa, é preciso começar a desenvolver novas formas de trabalho baseadas nas novas necessidades e realidades do colaborador do século XXI, afinal os cinco dias da semana/8 horas por dia foi uma invenção de Henry Ford em 1926: “O profissional de hoje quer encontrar propósito e felicidade em seu trabalho, e é preciso redesenhar o tempo, o trabalho e as relações. Novas ferramentas e formatos precisam ser implementadas, cada vez mais personalizadas às diferentes realidades dos colaboradores. O que eu sinto hoje é que a gente tem péssimos indicadores em vários aspectos, baixo engajamento, baixa produtividade, saúde mental super abalada, altos índices de burnout e ansiedade. E a grande verdade é que o mundo do trabalho precisa de mudanças. Como é que a gente consegue entender que nós temos que ser protagonistas dessa construção, de uma nova forma da gente trabalhar. Que a gente possa discutir pautas ESG, diversidade e inclusão, uma semana com mais produtividade e mais saúde mental”.
Depois das palestras, um produtivo bate-papo envolveu Carolina Pecorari, gerente executiva de Sustentabilidade e ESG na Ultragás, e Juliana Agostino, consultora e investidora em Sustentabilidade e ex-aluna da FGV, que também trouxeram suas trajetórias profissionais e cases empresariais para mostrar como a agenda de Meio Ambiente (E) deve se incorporar com as estratégias da empresa e como as conexões entre áreas podem ser feitas para ESG gerar valor e sentido na corporação. Segundo Juliana, “falar de sustentabilidade para pessoas que não necessariamente trabalham com isso é o mais importante, porque você consegue disseminar esse conhecimento, ser um influenciador para que as outras pessoas sejam mais atentas ao tema. Além disso, minha dica é: estude. É um tema com tanto desenvolvimento – tecnológico, regulatório – que é preciso parar para se dedicar um pouco mais para aprender, senão fica um conhecimento muito superficial”.
Já Carolina, mostrou que “falar sobre o tema para pessoas que não estão acostumadas com ele e desmistificar alguns conceitos, mostrar que, na verdade, sustentabilidade está muito mais no dia a dia do que eles imaginam. Assim vamos garantir justamente essa transição que é fazer a sustentabilidade estar inerente nas tomadas de decisão”.
Além disso, para tratar sobre Governança (G), o professor da FGV, Fernando Domingos, trouxe cases de contratos governamentais abrangendo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em outros países para discutir suas viabilidades, soluções e comprometimentos no investimento de ESG. Segundo o professor, dar holofotes para o tema sem pensar em todo o sistema externo que o envolve, não é a solução.
Para finalizar o evento, os alunos ouviram a palestra de Cristiana Pereira, associada do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, em que apresentou a sexta edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. Este conjunto de práticas e princípios costumam nortear algumas pautas emergentes e, como Cristiana explicou, a nova edição tem a intenção de ser menos prescritiva e mais inclusiva.
“O IBGC sempre teve um olhar voltado para ESG, mas percebemos que é preciso dar mais ênfase. A iniciativa veio de uma tendência observada em outros países, mas além disso, é o que o Instituto acredita. As organizações estão inseridas na sociedade e no meio ambiente e hoje não é mais suficiente simplesmente fazer uma doação, preservar ou compensar uma emissão. As organizações têm que fazer parte da solução ambiental, climática e social do país. Cada vez mais as organizações têm que estar engajadas de maneira mais consistente e intensa nessa discussão”, afirma Cristiana.
Ao final dos dois dias de evento, os alunos discutiram entre si e fizeram reflexões sobre como é a Agenda ESG em suas corporações e cotidianos e como podem contribuir mais com essa pauta.
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