Grupo de apoio impulsiona mulheres no Doutorado Profissional
Em março de 2021, Mel Girão, sócia-fundadora de uma fintech e doutora pelo Doutorado Profissional em Administração (DPA) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), percebeu que as mulheres do curso enfrentavam desafios adicionais, além da já intensa jornada dupla entre carreira e vida familiar. Para aliviar essa carga, Mel contribuiu para formar o grupo WDBA (Women in Doctor of Business Administration), criando uma rede de apoio que inicialmente focava em troca de materiais de estudo e ajuda em publicações de artigos, mas rapidamente evoluiu para uma poderosa rede de networking e mentoria.
“O DPA demanda muito de todos os alunos, mas para as mulheres, torna-se uma jornada tripla. Nosso grupo começou como um suporte acadêmico, mas se transformou em um espaço de apoio profissional, onde compartilhamos experiências e buscamos formas de facilitar nossa jornada,” explica Mel.
Hoje, o WDBA conta com 19 mulheres ativas, executivas de referência no mercado e na área pública, abrangendo praticamente todas as turmas do doutorado. O grupo tem se destacado não apenas pela ajuda mútua dentro do curso, mas também como um ambiente fértil para a construção de relações profissionais, parcerias de negócios e troca de indicações.
O grupo também atua ativamente na promoção de diversidade e inclusão dentro do curso. Em 2022, as mulheres representavam 19% dos alunos, número que caiu para 14% em 2023, mas que voltou a crescer em 2024, atingindo 30% da turma. Mesmo assim, Mel acredita que ainda falta atingir muitas mulheres e fornecer essa oportunidade.
Lilian Melo Barreto, Gerente Geral da Carteira de Projetos de Capital na Petrobras e doutoranda no DPA, destaca a importância do grupo na luta por maior representatividade feminina. “O número de mulheres no curso ainda é baixo, e parte disso se deve à tripla jornada. Começamos a atuar também para atrair mais mulheres ao DPA e para garantir que haja mais professoras, palestrantes e autoras femininas em nossas aulas,” explica Lilian.
O grupo, que ainda mantém um processo orgânico, também tem promovido programas de mentoria e articulado com a coordenação do curso para que a pauta de diversidade, equidade e inclusão seja fortalecida. Entre as ações, destacam-se a priorização de vagas para mulheres com filhos e a criação de soluções para os desafios que levam muitas a desistirem do curso.
“A iniciativa se tornou estratégica. O grupo vai além do apoio acadêmico, proporcionando um suporte profissional e pessoal, sendo a primeira referência para troca de ideias, realização de negócios e busca de referências,” acrescenta Mel.
Mel e Lilian enxergam no grupo WDBA uma ferramenta estratégica para fortalecer a diversidade e a inclusão no Doutorado Profissional em Administração (DPA). "Precisamos nos unir para coletar mais dados e diagnosticar as causas das desistências e os desafios enfrentados pelas alunas. Com essas informações, podemos propor soluções eficazes, atrair mais mulheres ao programa e ampliar sua diversidade", afirma Lilian.
Mel reforça a importância desse apoio mútuo para as mulheres. "Se não nos organizarmos para nos ajudar, quem o fará? Sempre me incomodou ouvir que 'meninos se apoiam e meninas competem entre si'. Somos condicionadas a isso desde cedo, e é algo que sempre questionei. Estamos numa posição privilegiada para transformar essa realidade, e o grupo é uma ferramenta poderosa para fazer da sororidade uma prática concreta, e não apenas um conceito", conclui Mel.
Para saber mais sobre o DPA, clique aqui.
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