Economia

IGP-DI sobe 1,18% em novembro de 2024

Com esse resultado, o índice acumula elevação de 5,94% no ano e de 6,62% nos últimos 12 meses.

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IGP-DI sobe 1,18% em novembro de 2024

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 1,18% em novembro, após um avanço de 1,54% em outubro. Com esse resultado, o índice acumula elevação de 5,94% no ano e de 6,62% nos últimos 12 meses. Em comparação, em novembro de 2023, o IGP-DI havia apresentado alta de 0,50% no mês, mas com queda acumulada de 3,62% nos 12 meses anteriores.
 

O IPA registrou alta menos intensa em relação a outubro, sendo influenciado pela desaceleração das commodities agrícolas. Pelo lado do consumidor, a queda observada foi impactada pela tarifa de eletricidade residencial, que teve a adoção da bandeira tarifária amarela. No índice de custo da construção, o recuo foi impactado pela desaceleração da mão de obra", destacou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.


Qual o valor do IGP-DI acumulado em 12 meses?

O IGP-DI acumulado é de 6,62% em 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
nov/241,18%6,62%
out/241,54%5,91%
set/241,03%4,83%
ago/240,12%4,23%
jul/240,83%4,16%
jun/240,50%2,88%
mai/240,87%0,88%
abr/240,72%-2,32%
mar/24-0,30%-4,00%
fev/24-0,41%-4,04%
jan/24-0,27%-3,61%
dez/230,64%-3,30%
nov/230,50%-3,62%


Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou alta de 1,66% em novembro. No mês anterior, o índice havia subido 2,01%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais saiu de 1,47% em outubro para 1,33% em novembro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja variação passou de 4,70% para 3,80%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 1,64% em novembro, alta inferior à de 1,96% em outubro.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -0,18% em outubro para 0,40% em novembro. O principal responsável pelo avanço da taxa do grupo foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -2,15% para -0,51%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,55% em novembro, ante 0,17%, no mês anterior.

O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 3,38% em novembro, registrando uma alta inferior em relação ao mês de outubro, quando a taxa foi de 5,09%. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: minério de ferro (11,33% para 0,99%), laranja (18,69% para -1,58%) e bovinos (14,31% para 10,53%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: café em grão (0,78% para 13,25%), suínos (2,27% para 8,16%) e cacau (-2,47% para 5,90%).


Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,13% em novembro. Em outubro, o índice variara 0,30%. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Habitação (1,09% para -1,99%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,25% para 0,11%) e Comunicação (0,13% para 0,06%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (4,41% para -8,76%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,04% para -0,61%) e mensalidade para TV por assinatura (0,41% para 0,00%).

Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,43% para 1,09%), Educação, Leitura e Recreação  (-1,10% para 0,02%), Despesas Diversas (0,42% para 0,82%), Vestuário (0,02% para 0,08%) e Transportes (0,10% para 0,12%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: carnes bovinas (4,08% para 6,94%), passagem aérea (-6,33% para -0,67%), cigarros (0,39% para 7,01%), serviços do vestuário (0,00% para 3,07%) e etanol (-1,24% para 0,12%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,40% em novembro, ante 0,68% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de outubro para novembro: Materiais e Equipamentos (0,73% para 0,39%), Serviços (0,56% para -0,27%) e Mão de Obra (0,63% para 0,50%).


Núcleo do IPC e Índice de Difusão

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,28% em novembro, 0,07 ponto percentual abaixo do resultado apurado no mês anterior, de 0,35%. Dos 85 itens componentes do IPC, 50 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 30 apresentaram taxas abaixo de 0,02%, linha de corte inferior, e 20 registraram variações acima de 0,60%, linha de corte superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 58,71%, 0,64 ponto percentual abaixo do registrado em outubro, quando o índice foi de 59,35%.

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar.


Calendário de Divulgação

Confira todos os resultados do IGP-DI em 2024.


Resultados 2023: 

Confira todos os resultados do IGP-DI em 2023.


O que é o IGP-DI?

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), é um indicador do movimento de preços que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro de inflação no Brasil. 


Para que serve?

O IGP-DI está estruturado para captar o movimento geral de preços através de pesquisa realizada nas áreas de cobertura de cada componente, durante o mês calendário, isto é, do primeiro ao último dia do mês de referência. Nessa pesquisa, cobre-se todo o processo produtivo, desde preços de matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos preços de produtos intermediários até os de bens e serviços finais. 


Como é utilizado?

Do ponto de vista da utilização, o propósito inicial do IGP era indicar as fases do ciclo econômico, deflacionando a antiga série de evolução dos negócios. Mais adiante, o IGP-DI teve seu papel de deflator estendido às Contas Nacionais. Com a introdução da correção monetária no Brasil, em 1964, intensificou-se a utilização desse índice em diferentes operações financeiras, especialmente reajustes contratuais.

Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. O IGP-DI também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. É natural, portanto, que haja por parte dos usuários o interesse em conhecer, em profundidade, os aspectos relacionados à metodologia de cálculo deste índice.


Como é calculado?

Quando da inclusão do ICC no cálculo do IGP-DI, convencionou-se que os pesos de cada índice componente corresponderiam a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais. Daí resultou a seguinte distribuição: 60% para o IPA, 30% para o IPC e 10% para o ICC (INCC).

A escolha destes pesos tem a seguinte explicação:

  1. Os 60% representados pelo IPA-DI equivalem ao valor adicionado pela produção de bens agropecuários e industriais, nas transações comerciais em nível de produtor;
     
  2. Os 30% de participação do IPC-DI equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços de consumo;
     
  3. Quanto aos 10% complementares, representados pelo INCC-DI, equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil.


Diferença entre IGP-DI, IGP-M e IGP-10

O IGP-DI é uma das denominações do IGP. O que muda entre o IGP-DI, o IGP-10 e o IGP-M (e suas prévias) é o período de apuração do índice.

  • IGP–M, pesquisado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência;
  • IGP–10, entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência;
  • IGP–DI, entre o 1º e o último dia do mês de referência;