Economia

IGP-M acelera 0,24% em abril

Os preços ao produtor e o custo da construção contribuíram para alta do IGP-M em abril, com destaque especial para o IPA que foi influenciado pelas principais commodities.

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grãos de milho, soja e trigo

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelera 0,24% em abril, apresentando expressivo avanço em relação a março, quando havia registrado queda de 0,34%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 1,23% no ano e 8,50% nos últimos 12 meses. Em abril de 2024, o IGP-M registrou uma alta de 0,31% no mês, acumulando uma redução de 3,04% em 12 meses.

“No IPA, a alta de produtos agropecuários e a queda menos acentuada em produtos industriais contribuíram conjuntamente para a reversão do movimento de queda registrado em março no IGP-M. No IPC, a desaceleração nos grupos transportes e habitação influenciaram o resultado de abril, com destaque para a forte queda nos preços das passagens aéreas. Por fim, o aumento dos custos da mão de obra continua a pressionar o INCC.”, afirma Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

 

Qual o valor do IGP-M acumulado nos últimos 12 meses?

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acumula alta de 8,50% nos últimos 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
abr/250,24%8,50%
mar/25-0.34%8,58%
fev/251,06%8,44%
jan/250,27%6,75%
dez/240,94%6,54%
nov/241,30%6,33%
out/241,52%5,59%
set/240,62%4,53%
ago/240,29%4,26%
jul/240,61%3,82%
jun/240,81%2,45%
mai/240,89%-0,34%
abr/240,31%-3,04%

 

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) avança 0,13%

Em abril, a taxa do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) acelerou 0,13%, invertendo a trajetória em relação a março, quando apresentou queda de 0,73%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais acelerou para 0,91% em abril, após alta de 0,61% em março. Registrando comportamento similar, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, subiu de 0,04% em março para 0,77% em abril. A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,02% em abril, depois de cair 0,13% no mês anterior. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) avançou para 0,41% em abril, após alta de 0,10% em março. O estágio das Matérias-Primas Brutas registrou queda em menor magnitude, passando de -1,94% em março para -0,30% em abril.

IPC desacelera para 0,46% em abril

Em abril, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,46%, apresentando recuo em relação ao mês anterior, quando o índice subiu 0,80%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cincos apresentaram reduções nas suas taxas de variação: Habitação (1,73% para 0,47%), Transportes (0,70% para 0,04%), Alimentação (1,39% para 0,80%), Comunicação (0,68% para 0,35%) e Despesas Diversas (0,60% para 0,48%). Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-1,60% para -0,47%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,60% para 1,09%) e Vestuário (0,12% para 0,46%) exibiram avanços em suas taxas de variação.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avança 0,59% em abril

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou 0,59% em abril, após registrar alta de 0,38% no mês anterior. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se movimentações distintas nas suas respectivas taxas de variação na transição de março para abril: o grupo Materiais e Equipamentos recuou de 0,42% para 0,35%; o grupo Serviços acelerou de 0,19% para 0,50%; e o grupo Mão de Obra avançou de 0,35% para 0,91%.

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar


Calendário de divulgação 2025: 

Confira todos os resultados do IGP-M em 2025


Resultados anos anteriores:


O que é o IGP-M?

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.

O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.

O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.


Como o IGP-M é calculado?

O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:

  • 60% para o IPA;
  • 30% para o IPC;
  • 10% para o INCC;

Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.


Como o IGP-M é utilizado?

O IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.

Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.