IGP-M varia 0,07% em janeiro de 2024
No âmbito do consumidor, a inflação segue muito concentrada nos grupos Alimentação (de 0,55% para 1,62%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,65% para 2,11%).
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma variação de 0,07% em janeiro, demonstrando uma redução em relação ao mês anterior, quando apresentou uma alta de 0,74%. Com esse resultado, o índice acumula queda de 3,32% nos últimos 12 meses. Em janeiro de 2023, o índice tinha registrado alta de 0,21% no mês e acumulava aumento de 3,79% em 12 meses anteriores.
“Nesta edição, o Índice de Preços ao Produtor mostra arrefecimento dos preços das Matérias-Primas Brutas (de 3,06% para 0,49%), o que se mantido nas próximas apurações, pode antecipar a desaceleração dos preços de alimentos industrializados, cujos preços, neste momento, sinalizam aceleração, passando a variação de 0,92% para 1,19%. No âmbito do consumidor, a inflação segue muito concentrada nos grupos Alimentação (de 0,55% para 1,62%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,65% para 2,11%). No primeiro grupo, os preços dos alimentos in natura subiram refletindo problemas de ofertas típicos da estação. No segundo, destaca-se o aumento dos Cursos Formais (de 0,00% para 4,78%). Por fim, a taxa de variação do INCC permaneceu estável, passando de 0,26% para 0,23%”, conforme afirmado por André Braz, coordenador dos Índices de Preços.
Qual o valor do IGP-M acumulado em 12 meses?
Com esse resultado, o índice acumula queda de 3,32% nos últimos 12 meses.
Mês de referência | Evolução Mensal | Acumulado 12 meses |
---|---|---|
jan/24 | 0,07% | -3,32% |
dez/23 | 0,74% | -3,18% |
nov/23 | 0,59% | -3,46% |
out/23 | 0,50% | -4,57% |
set/23 | 0,37% | -5,97% |
ago/23 | -0,14% | -7,20% |
jul/23 | -0,72% | -7,72% |
jun/23 | -1,93% | -6,86% |
mai/23 | -1,84% | -4,47% |
abr/23 | -0,95% | -2,17% |
mar/23 | 0,05% | 0,17% |
fev/23 | -0,06% | 1,86% |
jan/23 | 0,21% | 3,79% |
Variação% acumulada em 12 meses
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
Em janeiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou uma queda de 0,09%, uma variação inferior à observada em dezembro, quando houve um aumento de 0,97%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais registrou um aumento de 1,06% em janeiro, superando a taxa de 0,86% registrada no mês anterior. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa evoluiu de 0,92% para 1,19% no mesmo intervalo. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, também apresentou uma elevação, passando de 0,45% em dezembro para 0,58% em janeiro.
A taxa do grupo Bens Intermediários caiu 1,62% em janeiro, marcando uma desaceleração em comparação a variação de -0,74% registrada no mês anterior. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -2,77% para -6,73%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) caiu 0,63% em janeiro, após queda de 0,34% observada em dezembro.
O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou uma variação de 0,49% em janeiro, um índice significativamente menor do que a alta de 3,06% registrada em dezembro. A desaceleração deste grupo foi principalmente influenciada por itens chave, tais como a soja em grão, que passou de uma alta de 2,03% para uma queda de 5,98%, o minério de ferro, que reduziu seu aumento de 4,63% para 2,87%, e o milho em grão, cuja taxa diminuiu de 11,30% para 6,22%. Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento de alta, entre os quais se destacam o algodão em caroço, com variação de -1,25% para 3,14%, o leite in natura, que se alterou de -1,14% para -0,06%, e o arroz em casca, que teve um leve aumento de 7,70% para 7,78%.
Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,59%, um aumento considerável em relação à taxa de 0,14% observada em dezembro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis delas exibiram um crescimento em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Alimentação, cuja taxa de variação ascendeu de 0,55% para 1,62%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o aumento significativo no preço das hortaliças e legumes, que saltou de 2,65% na medição anterior para 12,41% na atual.
Também apresentaram avanço em suas taxas de variação os grupos: Educação, Leitura e Recreação (0,65% para 2,11%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,32% para 0,19%), Comunicação (-0,39% para -0,07%), Vestuário (0,00% para 0,16%) e Despesas Diversas (0,07% para 0,10%). Vale destacar o comportamento dos seguintes itens dentro dessas classes de despesa: cursos formais (0,00% para 4,78%), artigos de higiene e cuidados pessoais (-2,28% para -0,38%), tarifa de telefone residencial (-2,46% para -0,67%), serviços de confecção (0,00% para 1,50%) e alimentos para animais domésticos (-0,55% para 0,00%).
Por outro lado, os grupos Habitação e Transportes exibiram uma redução em suas taxas de variação, com Habitação passando de 0,23% para 0,16% e Transportes de -0,15% para -0,16%. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar itens específicos: o aluguel residencial, que reverteu de um aumento de 0,51% para uma queda de 0,88%, e a tarifa de táxi, que teve uma redução significativa, de um aumento de 6,89% para uma queda de 2,20%.
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
Em janeiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,23%, um valor ligeiramente inferior à taxa de 0,26% observada em dezembro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de dezembro para janeiro: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou uma diminuição, passando de 0,30% para 0,09%; o grupo Serviços teve um aumento de 0,09% para 0,20%; e o grupo Mão de Obra registrou um crescimento, variando de 0,23% para 0,42%.
O estudo completo está disponível no site.
Acesse aqui o material complementar.
Variação % mensal
Calendário de divulgação 2024:
- Janeiro: 30/01/2024
- Fevereiro: 27/02/2023
- Março: 29/03/2024
- Abril: 29/04/2024
- Maio: 29/05/2024
- Junho: 27/06/2024
- Julho: 30/07/2024
- Agosto: 29/08/2024
- Setembro: 27/09/2024
- Outubro: 30/10/2024
- Novembro: 28/11/2024
- Dezembro: 27/12/2024
Confira todos os resultados do IGP-M em 2024.
Resultados anos anteriores:
- IGP-M 2020 - Divulgações mensais
- IGP-M 2021 - Divulgações mensais
- IGP-M 2022 - Divulgações mensais
- IGP-M 2023 - Divulgações mensais
O que é o IGP-M?
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Como o IGP-M é calculado?
O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:
- 60% para o IPA;
- 30% para o IPC;
- 10% para o INCC;
Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.
Como o IGP-M é utilizado?
O IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.
Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.
Leia também