Economia

IGP-M varia 0,59% em novembro de 2023

Destacam-se, os significativos aumentos no preço do farelo de soja, ascendendo de 0,51% para 5,41%, e no café em grão, que apresentou uma variação de -1,60% para 6,36%.

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IGP-M varia 0,59% em novembro de 2023

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M)  registrou uma variação de 0,59% em novembro, demonstrando um aumento em relação ao mês anterior, quando apresentou uma alta de 0,50%. Com esse desempenho, o índice acumula uma taxa de -3,89% no ano e de -3,46% nos últimos 12 meses. Em novembro de 2022, o índice tinha registrado uma queda de 0,56% e acumulava uma alta de 5,90% nos 12 meses anteriores.

“No mês de novembro, observou-se um incremento substancial nos preços de commodities componentes do índice ao produtor. Destacam-se, os significativos aumentos no preço do farelo de soja, ascendendo de 0,51% para 5,41%, e no café em grão, que apresentou uma variação de -1,60% para 6,36%. Salienta-se também a contribuição expressiva do óleo Diesel, com uma elevação de 6,56%. Já a inflação ao consumidor avançou sob influência de fatores climáticos que impactaram negativamente a oferta de alimentos in natura. Entre os destaques, observa-se a variação expressiva na cebola, de -5,20% para 38,53%, e na batata-inglesa, que evoluiu de -5,40% para 20,94%. No âmbito da construção civil, o índice que monitora a evolução dos preços apresentou desaceleração devido à queda de 0,12% nos preços de materiais, equipamentos e serviços”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

Qual o valor do IGP-M acumulado em 12 meses?

Com esse desempenho, o índice acumula uma taxa de -3,89% no ano e de -3,46% nos últimos 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
nov/230,59%-3,46%
out/230,50%-4,57%
set/230,37%-5,97%
ago/23-0,14%-7,20%
jul/23-0,72%-7,72%
jun/23-1,93%-6,86%
mai/23-1,84%-4,47%
abr/23-0,95%-2,17%
mar/230,05%0,17%
fev/23-0,06%1,86%
jan/230,21%3,79%
dez/220,45%5,45%
nov/22-0,56%5,90%

Variação% acumulada em 12 meses

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou um aumento de 0,71% em novembro, superior a alta ocorrida em outubro, de 0,60%. Nos estágios de processamento, nota-se que a taxa do grupo de Bens Finais apresentou uma queda de 0,14% em novembro, em contraste com a alta de 0,06% no mês anterior. O principal fator que contribuiu para esse resultado foi o subgrupo de combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 0,05% para -3,32% no mesmo período. O índice referente a Bens Finais (ex) (excluindo os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para o consumo) variou 0,29% em novembro, ante 0,28% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários apresentou um avanço de 1,23% em novembro, marcando uma aceleração em comparação a variação de 0,69% registrada no mês anterior. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 2,32% para 3,90%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 0,71% em novembro, após alta de 0,38% observada em outubro.

O estágio das Matérias-Primas Brutas registrou um aumento de 0,97% em novembro, porém inferior a alta de 1,06% que havia sido observada em outubro. Os principais contribuintes para recuo na taxa do grupo foram os seguintes itens: minério de ferro (4,91% para 1,14%), bovinos (6,97% para 2,03%) e cana-de-açúcar (2,59% para 0,40%). Por outro lado, alguns itens apresentaram um movimento oposto, destacando-se: soja em grão (-2,45% para -0,01%), mandioca/aipim (-4,80% para 8,29%) e café em grão (-1,60% para 6,36%). 

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,42% em novembro, após variar 0,27% em outubro. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de -0,39% para 0,58%. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item hortaliças e legumes, cujo preço subiu 7,58%, ante -2,46%, na edição anterior.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Despesas Diversas (0,06% para 1,29%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,21% para 0,29%) e Habitação (0,19% para 0,20%). Vale destacar o comportamento dos seguintes itens dentro dessas classes de despesa: serviços bancários (0,12% para 2,19%), salão de beleza (0,13% para 0,62%) e tarifa de eletricidade residencial (-0,03% para 0,97%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (2,99% para 2,05%), Transportes (-0,12% para -0,25%), Vestuário (0,15% para 0,09%) e Comunicação (0,07% para -0,05%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: passagem aérea (19,70% para 11,44%), gasolina (-0,91% para -1,83%), roupas masculinas (0,40% para -0,23%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,23% para -0,11%).

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

Em novembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou uma variação de 0,10%. Isso representa uma ligeira redução em comparação com a taxa de 0,20% registrada em outubro. Os três grupos que compõem o INCC tiveram as seguintes variações na transição de outubro para novembro: Materiais e Equipamentos (0,07% para -0,17%), Serviços (0,79% para 0,39%) e Mão de Obra (0,29% para 0,42%).

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar.

Variação % mensal

Calendário de divulgação 2023:

Confira todos os resultados do IGP-M em 2023.

Resultados anos anteriores:

O que é o IGP-M?

Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.

O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.

O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.

Como o IGP-M é calculado?

O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:

  • 60% para o IPA;
  • 30% para o IPC;
  • 10% para o INCC;

Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.

Como o IGP-M é utilizado?

IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.

Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.