IGP-M sobe 1,56% em junho de 2020, aponta FGV IBRE
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,56% em junho de 2020, percentual superior ao apurado em maio, quando havia apresentado taxa de 0,28%, aponta o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). Com este resultado, o IGP-M acumula alta de 4,39% no ano e de 7,31% em 12 meses. Em junho de 2019, o índice havia subido 0,80% e acumulava alta de 6,51% em 12 meses.
* Veja também: Resultado do IGP-M de julho de 2020 *
“Em junho, os aumentos captados nos preços dos combustíveis responderam majoritariamente pela aceleração da taxa do IPA, índice com maior contribuição para o IGP. Entre os bens finais, cabe destacar o aumento da gasolina automotiva (-10,12% para 38,16%). Já entre os bens intermediários, a principal influência partiu do óleo Diesel (-16,08% para 11,65%). Somados, tais reajustes responderam por 60% do avanço da taxa do IPA.”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE.
Índice de Preços ao Podutor Amplo (IPA)
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,25% em junho, ante 0,59% em maio. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais subiu 2,45% em junho. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de -0,02%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -10,52% para 22,14%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 1,54% em junho, ante 0,51% no mês anterior.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -1,34% em maio para 1,70% em junho. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -15,89% para 6,12%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,21% em junho, contra 0,60% em maio.
O estágio das Matérias-Primas Brutas variou 2,57% em junho, após subir 3,11% em maio. Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (11,67% para 5,83%), soja em grão (7,00% para 1,43%) e café em grão (1,35% para -11,05%). Em sentido oposto, destacam-se os itens milho em grão (-7,30% para -2,53%), aves (-1,49% para 6,70%) e leite in natura (-1,68% para 4,24%).
Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,04% em junho, após cair 0,60% em maio. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram avanço em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (-2,60% para 0,21%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item gasolina, cuja taxa passou de -8,59% em maio para 0,40% em junho.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (-2,22% para -1,33%), Comunicação (0,02% para 0,41%), Vestuário (-0,25% para -0,11%), Habitação (-0,12% para -0,11%) e Despesas Diversas (0,16% para 0,21%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: passagem aérea (-16,69% para -10,08%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,00% para 1,06%), roupas (-0,22% para -0,06%), eletrodomésticos (-0,91% para 1,30%) e conserto de aparelho telefônico celular (0,22% para 1,21%).
Em contrapartida, os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,26% para 0,19%) e Alimentação (0,49% para 0,45%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, destacam-se os itens artigos de higiene e cuidado pessoal (0,20% para -0,38%) e hortaliças e legumes (4,77% para 0,95%).
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,32% em junho, ante 0,21% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de maio para junho: Materiais e Equipamentos (0,56% para 0,81%), Serviços (0,02% para 0,19%) e Mão de Obra que não variou pelo terceiro mês consecutivo.
O estudo completo está disponível no site.
Acesse o material complementar.
Veja também:
- - IGP-M Dezembro 2020
- - IGP-M Novembro 2020
- - IGP-M: Outubro 2020
- - IGP-M: Setembro 2020
- - IGP-M: Agosto 2020
- - IGP-M: Julho 2020
Resultados anteriores:
- - Maio 2020
- - Abril 2020
- - Março 2020
- - Fevereiro 2020
- - Janeiro 2020
- - Resultados IGP-M 2019
- - Resultados IGP-M 2020
- - Resultados IGP-M 2021
Sobre o IGP-M:
O Índice Geral de Preços (IGP) foi concebido no final dos anos 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é calculado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) e utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Como o IGP-M é calculado:
O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).
- - Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- - Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- - Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:
- - 60% para o IPA;
- - 30% para o IPC;
- - 10% para o INCC;
Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.
Como o IGP-M é utilizado:
O IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.
Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.
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