Economia

IVAR sobe 1,02% em junho de 2025

Renda real, Selic alta e MCMV moldam dinâmica dos aluguéis

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Belo Horizonte

O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) de junho de 2025 subiu 1,02%, revertendo o movimento de queda registrado em maio. A variação acumulada em 12 meses passou de 5,11% em maio de 2025 para 5,54%.

"A variação dos aluguéis tem mostrado sensibilidade ao nível restritivo das taxas de juros, com desaceleração nas variações acumuladas em 12 meses. Em junho do ano passado, o IVAR registrava alta interanual de 10,66%, bem acima dos 5,54% observados atualmente. Naquele período, a taxa Selic estava em torno de 10,50%, abaixo dos atuais 15%. Os indicadores de vendas de imóveis e de concessão de crédito imobiliário — especialmente aqueles com taxas de mercado — reforçam a hipótese de que, mesmo com a Selic elevada, a demanda por compra de imóveis tem se mostrado mais robusta do que a demanda por locação", avalia Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

Entre maio e junho de 2025, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) apontou aceleração em São Paulo, onde a taxa passou de -6,02% para 3,28%, indicando forte reversão no movimento dos preços. Em contrapartida, houve desaceleração em Porto Alegre (de 3,81% para 0,96%) e em Belo Horizonte (de 4,83% para -1,34%), com a última registrando variação negativa. No Rio de Janeiro, a queda se intensificou, com o índice recuando de 3,01% para -3,23%.

Aluguéis aceleram em 12 meses na maioria das capitais

A taxa interanual do aluguel residencial acelerou em três das quatro cidades analisadas. São Paulo foi a única cidade a registra desaceleração, saindo de 3,24% em maio para 2,97% em junho de 2025. No Rio de Janeiro a taxa acumulada em 12 meses passou de 3,98% para 5,93%. Em Belo Horizonte a taxa de variação avançou de 7,98% em maio para 9,56% em junho. Por fim, em Porto Alegre teve aceleração de 5,82% para 6,02% entre maio e junho.

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar.

 
Variação % acumulada em 12 meses

 

gráfico IVAR 12 meses Jun 25

 

Qual o valor do IVAR acumulado em 12 meses?

A variação acumulada em 12 meses é de 5,54%.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
jun/251,02%5,54%
mai/25-0,56%5,11%
abr/250,79%5,92%
mar/25-0,31%6,55%
fev/251,81%8,01%
jan/253,73%7,99%
dez/24-1,28%8,63%
nov/24-0,88%8,75%
out/24-0,89%9,32%
set/240,33%12,29%
ago/241,93%9,97%
jul/24-0,18%9,90%
jun/240,61%10,66%

 

Calendário de Divulgação 2025:

Confira todos os resultados do IVAR em 2025.

 

Resultados anos anteriores: 


 

O que é o IVAR?

O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), calculado pela Fundação Getulio Vargas, mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre – com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis. O IVAR representa um aprimoramento das estatísticas sobre aluguéis residenciais do FGV IBRE e, também passa a compor as diferentes versões do IPC/FGV no subitem Aluguel Residencial.

 

Por que o IVAR foi criado?

Para mensurar a evolução dos valores de aluguéis residenciais no Brasil levando em consideração os valores de transação, ou seja, com base em contratos de locação efetivamente firmados, sejam novos ou contratos renegociados e seus reajustes anuais. O objetivo é oferecer um índice que reflita de maneira mais fiel a realidade do mercado imobiliário, e que sirva como bom balizador também para definição de políticas públicas.

 

Como o IVAR é calculado?

O índice é calculado considerando-se o valor dos aluguéis, características dos imóveis e efeitos das variações do mercado. Os dados usados na elaboração do IVAR são valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação. A atualização desses valores ao longo do tempo para um mesmo imóvel ocorre em momentos pré-estabelecidos nos contratos para reajustes, ou por negociações entre as partes no meio desses períodos. Um mesmo imóvel é seguido ao longo do tempo em diferentes contratos, como parte da dinâmica natural do mercado. Em qualquer uma dessas circunstâncias, os valores considerados são aqueles efetivamente desembolsados pelos locatários em cada período do tempo, constituindo, portanto, a informação ideal para o cálculo de um índice que reflita a evolução dos fundamentos do mercado imobiliário.

 

IVAR X IGP-M

O IVAR e o IGP-M são índices bem distintos.

O IGP-M é a média da inflação em três grandes setores da economia, seja o agronegócio e a indústria da transformação, as despesas das famílias e, também, as despesas com materiais e serviços da construção – 60% Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA); 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC); e 10% Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Dessa forma, o IGP-M é um índice amplo: mede a variação média de serviços e produtos que desafiam várias indústrias e setores da economia. O IGP-M é fortemente influenciado pelo dólar e pelo preço das commodities no mercado internacional.

O IVAR é um índice específico para a medição da variação dos aluguéis residenciais. Mede a variação de preço para qualquer fim.