Liderança feminina na política contribui para a saúde mental de mulheres
Estudo revela que a eleição de prefeitas reduz significativamente os índices de suicídio entre mulheres casadas no Brasil

A presença de mulheres em cargos políticos pode ter impactos que vão além da representatividade e da equidade. Pesquisa conduzida por docentes e pesquisadores da FGV EAESP, em parceria com outras instituições, aponta que a eleição de prefeitas no Brasil está associada à redução nas taxas de suicídio entre mulheres casadas.
Com base em dados de eleições municipais entre 2004 e 2012, o estudo identificou que municípios que elegeram prefeitas apresentaram, em média, 1,33 suicídio a menos por 100 mil habitantes entre mulheres casadas — um impacto relevante considerando a média nacional de cerca de cinco por 100 mil. O efeito não foi observado em outros grupos, como solteiras ou viúvas.
Segundo os autores, o fenômeno pode estar ligado à presença de modelos inspiradores: quando uma mulher assume o poder, outras mulheres tendem a enxergar novas possibilidades para si mesmas, o que pode fortalecer sua autoestima e reduzir vulnerabilidades emocionais.
A pesquisa utilizou metodologia de regressão descontínua, controlando variáveis como características dos municípios e dos candidatos. Os resultados destacam a importância de políticas públicas que incentivem a participação feminina na política, não apenas como medida de justiça social, mas também como estratégia de saúde pública.
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