Direito

Observatório analisa perfil de parlamentares e desigualdades eleitorais 

Iniciativa da FGV Direito SP investiga interseções entre raça, gênero e política para promover maior equidade na representatividade 

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Congresso nacional em Brasília

O Centro de Pesquisa Aplicada em Direito e Justiça Racial da FGV Direito SP divulga, neste ano, os primeiros resultados do Observatório Raça, Gênero e Representação Política. A pesquisa, desenvolvida no âmbito da linha de pesquisa Raça e Democracia, examina as relações entre Direito, política e representatividade, analisando periodicamente a composição do cenário político brasileiro e a distribuição de recursos eleitorais.  

Sob coordenação da professora Luciana de Oliveira Ramos, a iniciativa conta com um time de pesquisadores composto por Catarina Barbieri, Ivan Osmo Mardegan, Jessica Tavares Cerqueira, Juliana Fabbron Marin Marin, Karine de Paula Bernardino e Luã Ferreira. O projeto teve início em setembro de 2024 e apresentará resultados ao longo de 2025 e 2026.  

Duas frentes de análise: nacional e local  

No eixo nacional, o estudo mapeia o perfil socioeconômico e político de deputados e deputadas federais eleitos em 2022 nos quatro estados com maiores bancadas — Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo — que juntos representam cerca de 40% do Congresso. Além de investigar a trajetória e atuação parlamentar, o projeto avalia se origens, raça e capital político se conectam com a representação de seus eleitores. “Queremos entender se a chamada representação substantiva está, de fato, sendo praticada”, explica Luciana de Oliveira Ramos.  

Já no eixo local, o foco está nas eleições municipais de 2024, analisando o perfil de vereadoras e vereadores eleitos, com destaque para a presença de representantes negros e sua distribuição territorial. A pesquisa também examina tendências na alocação de recursos de campanha segundo marcadores de raça e gênero, bem como os efeitos das regras de reserva de vagas para candidaturas negras.  

Segundo os pesquisadores, os dados complementam estudos anteriores, como a nota técnica Cidades, raça e eleições: uma análise da representação negra no contexto brasileiro, e buscam ampliar o debate sobre desigualdades raciais e de gênero na política.  

Os resultados reforçam o compromisso da FGV em promover pesquisas que contribuam para uma democracia mais inclusiva e equitativa.  

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