Pesquisa sobre pobreza e desigualdade é apresentada em Washington, na Conferência do FMI
Marcelo Neri, diretor do FGV Social, mostrou que o principal canal de transmissão das mudanças em 2020 e 2022 nos indicadores sociais baseados em renda, foi o aumento de programas de transferências monetárias.
Pobreza e desigualdade no contexto da pandemia na “Rethinking fiscal policy - global perspectives foram as temáticas abordadas por Marcelo Neri, diretor do FGV Social, na Conferência do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do PIEE (Peterson Institute for International Economics) que ocorreu em Washington – D.C., em maio de 2023.
O evento contou com a participação de Lawrence H. Summers (Harvard University), Gita Gopinath (FMI), Kenneth Rogoff (Harvard University), Christina Romer (University of California, Berkeley), Heather Boushey (Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca), entre outros.
O diretor participou da mesa “Helping People” apresentando o trabalho “Brazilians during the Pandemic and Beyond” onde mostrou que a desigualdade de renda durante a pandemia e depois em 2022 apresentou os mínimos históricos da série brasileira iniciada em 1976. Já a extrema pobreza atingiu, respectivamente, o segundo e o terceiro menores valores de toda série histórica. O estudo mostrou ainda a existência de marcados ciclos políticos em 12 pleitos para parlamento, governador e presidente, onde a pobreza caiu em anos de eleição, para depois subir, em geral, no ano subsequente. O pleito de 2022 seguiu esta tendência não só na média anual (31,9% menor que o ano anterior), como ao longo do mesmo (26,1% menor no último trimestre de 2022 do que no primeiro trimestre).
Neri mostrou que o principal canal de transmissão das mudanças em 2020 e 2022 nos indicadores sociais baseados em renda, foi o aumento de programas de transferências monetárias. A pandemia e as eleições deixaram marcas permanentes no tamanho e no desenho de programas sociais. Os recursos destinados as transferências de renda para o combate à pobreza subiram de 1% para 2,5% do PIB. As perdas de foco subiram 45% em relação ao pré-pandemia. Além disso, o atrelamento dos pisos de benefício as famílias, independentemente do tamanho das mesmas, fizeram com que famílias unipessoais subissem 73% um ano após a adoção dos pisos.
A necessidade de ajustes no desenho dos sistemas de pagamento de programas de combate à pobreza se alia ao papel das condicionalidades do Bolsa Família para ajudar a curar cicatrizes da chamada Geração Covid. Aumento de 400% no hiato de vacinação geral das crianças e o retrocesso de 14 anos na proficiência escolar.
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