Serviços de alimentação para o Dia das Crianças sobem mais que a inflação nos últimos 12 meses
O cenário poderia ser melhor não fosse a cesta de serviços, que subiu 3,63% em média nos últimos 12 meses. Com destaque para os serviços relacionados a alimentação

Em um cenário onde o nível geral de preços segue em trajetória de desinflação, principalmente em bens duráveis, a cesta de 22 produtos e serviços dentre os mais procurados para o Dia das Crianças sofreu uma inflação abaixo da média. Enquanto o IPC-M acumulou aumento de 4,26% nos últimos 12 meses, a cesta de produtos e serviços para o Dia das Crianças subiu em média 2,15% em 12 meses. O cenário poderia ser melhor não fosse a cesta de serviços, que subiu 3,63% em média nos últimos 12 meses. Com destaque para os serviços relacionados a alimentação.
Pelo lado dos serviços, os sucos de fruta (7,92%) estão entre os serviços de alimentação com maior aceleração, em seguida temos açaí (6,69%), sanduíches (4,67%) e sorvetes (5,05%) como as principais altas. Itens de lazer também tiveram alta, a exemplo de clubes de recreação (4,36%) e teatro (3,67%). O economista do FGV IBRE Matheus Dias destaca que os serviços continuam a contribuir significativamente, mesmo em um cenário em que diversos setores apresentam desinflação: "A conjuntura atual do setor de serviços ainda é de desaceleração mais lenta do que outros demais, a exemplo de bens duráveis que registraram quedas mais acentuadas. Com isso, mesmo em um cenário em que há desinflação de alimentos, a dinâmica de resiliência dos serviços acaba tornando mais lento o processo de repasse."
Pelo lado dos presentes, a cesta dos 11 produtos mais tradicionais teve uma queda de 1,58% em 12 meses. Esse número se deve, sobretudo, às quedas de preço de diversos bens duráveis como celulares (-3,54%), aparelho de som (-2,31%) e computadores e periféricos (-0,25%). Dias comenta que esse é o efeito do aperto monetário iniciado em 2021: “A manutenção da taxa de juros em patamar elevado teve como principal resultado a retração no consumo desses produtos que são mais sensíveis ao crédito.”
Enquanto os bens semiduráveis como livros (4,04%), calçados infantis (-3,72%) e roupas infantis (-2,64%) contribuíram de forma mista.
Dias conclui: “A conjuntura exige cautela, pois apesar dos principais produtos da cesta de presentes registrarem queda nos últimos 12 meses, há outros itens componentes dos gastos familiares que estão em tendência de aceleração.”
Para conferir mais detalhes da tabela de variação (%) acumulada em 12 meses, clique aqui.
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