Os incentivos para promover alimentação saudável funcionam?

  • Os incentivos para promover alimentação saudável funcionam?
    Resumo

     

    Para isso, foi feita uma pesquisa com a Nutrebem, empresa de nutrição privada em cantinas escolares em Belo Horizonte. Na sequência, houve a introdução de um programa de incentivo de curta duração (sorteio de prêmios), condicionado à compra de produtos saudáveis, promovido localmente, com a participação de 208 crianças e adolescentes de três escolas – 140 alunos de uma quarta escola serviram como grupo de controle. A análise estatística comparou o número médio de produtos saudáveis adquiridos por participante antes (26 dias úteis), durante (9 dias úteis) e após (28 dias úteis) à intervenção. Os resultados indicaram um efeito claro de curto prazo. O programa de incentivos aumentou significativamente a compra de produtos saudáveis promovidos durante o período da intervenção nas escolas tratadas, especialmente entre as meninas e crianças mais novas. Em média, nenhum efeito de longo prazo foi observado. A compra dos produtos saudáveis retornou aos níveis pré-intervenção imediatamente após a remoção do programa de incentivos. Entre os estudantes que compraram as opções promovidas durante o período da intervenção, houve aumento no consumo total de produtos, inclusive daqueles de menor valor nutricional. Com isso, pode-se observar que os programas de incentivos de curta duração podem não levar a mudanças de comportamento de longo prazo. A pesquisa faz um alerta ainda aos formuladores de políticas para estimular mudanças de comportamento alimentar de longo prazo em cantinas escolares. Deve-se evitar o uso isolado de programas de incentivo. Quando utilizados, tais programas devem ser associados a outras estratégias.

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Autor

  • Claudio M. Ferreira

    Graduação em Medicina pela UFMG. Fez Residência em Neurologia na Unicamp.Trabalhou no Hospital Quinta D'Or, onde coordenou a unidade de telemedicina no tratamento do acidente vascular cerebral, e no Hospital Federal dos Servidores do Estado, onde coordenou o Núcleo de Segurança do Paciente, ambos no Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurologia, Neuropsicologia e Neuroinfectologia. MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Mestre em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV EBAPE). Atualmente, cursa o programa de doutorado em Administração na mesma instituição.

  • Eduardo B. Andrade

    Professor titular e Vice-Diretor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV EBAPE). Foi professor assistente entre 2004-2010 e professor associado (com tenure) entre 2010-2012 da Haas School of Business da Universidade da Califórnia em Berkeley. Tem artigos publicados em alguns dos principais periódicos de marketing (Journal of Consumer Research e Journal of Marketing Research), psicologia (Psychological Science), e comportamento organizacional (Organizational Behavior and Human Decision Processes). Atualmente é editor associado do Journal of Consumer Psychology. e membro do corpo editorial do Journal of Marketing Research e do Journal of Consumer Research. Foi editor associado do Journal of Consumer Research (2014-2017). Entre suas premiações estão o Early Career Award 2011 oferecido pela Association for Consumer Research, o Outstanding Contribution Award 2017 dado por artigo publicado no Journal of Consumer Psychology e o Outstanding Reviewer Award 2011 oferecido pelo Journal of Consumer Research. Sua principal área de pesquisa psicologia do consumidor

  • Rafael Goldszmidt

    Graduado em Administração de Empresas pela Universidade de Sorocaba, Mestre e Doutor em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP). É professor assistente da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV EBAPE). Seus temas de interesse incluem desenho comportamental de políticas públicas, avaliação de impacto, liderança, desenho experimental e métodos quantitativos aplicados à Administração. 

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