El Agua nos Une: Empresas se unem a projeto internacional para redução do desperdício de água

Ao longo de 2025, as empresas M. Dias Branco, Entrevias Concessionária de Rodovias, Igaratiba, Mineração Taboca, Fredini Alimentos, JBS e Arcelor Mittal vão participar de uma série de capacitações e atividades para gerenciar e reduzir os impactos hídricos de suas atividades. A ação faz parte do El Agua no Une, uma iniciativa latino-americana que, desde 2010, promove em conjunto com o setor empresarial a gestão responsável e comprometida da água. 

No Brasil, o projeto é liderado pela Agência Suíça para Desenvolvimento e Cooperação (COSUDE) e implementado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces). Conta ainda com a parceria da Rede ACV, Pacto Global e ACV Brasil (leia mais aqui). 

O ciclo de atividades de 2025 começará com um treinamento no método de pegada hídrica, oferecido pela equipe de pesquisa do FGVces exclusivamente para as empresas participantes. Na etapa seguinte, os participantes irão mensurar os diversos impactos relacionados à água ao longo do ciclo de vida de um produto selecionado, considerando toda a sua cadeia de valor. 

A partir desses resultados, as empresas irão desenvolver e implementar um plano para reduzir sua pegada hídrica. Paralelamente a essas atividades, as organizações terão a oportunidade de participar de atividades, como webinars e workshops, e ainda trocar conhecimentos e experiências em uma rede latino-americana formada por empresas, governos, academia, ONGs, comitês de bacias, redes e associações. Neste ciclo, haverá uma ênfase no mapeamento de riscos climáticos, atividade conduzida pelas empresas e aprofundada em um workshop dedicado ao tema. 

Juliana Picoli, gestora de projetos do FGVces, ressalta que um dos diferenciais do projeto é justamente o processo formativo. No El Agua nos Une, são as próprias empresas que realizam os estudos, ao contrário do que aconteceria em um projeto de consultoria. “A pegada hídrica é uma técnica abrangente, que contempla todos os potencias impactos ambientais relevantes de um produto associados aos recursos hídricos. Ao participar do projeto, as empresas aprendem a quantificar esse impacto e, a partir disso, conseguem estabelecer uma gestão mais abrangente dos recursos hídricos, identificando os pontos críticos em toda a cadeia de valor”, afirma a pesquisadora. 

Além das novas empresas, outras quatro empresas participam da iniciativa El Agua nos Une: Aquapolo, Amanco Wavin, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e São Salvador Alimentos (SSA). 

Sobre as novas empresas participantes 

As novas empresas selecionadas atuam em diferentes segmentos. Mas três são da indústria de alimentos: M. Dias Branco, Fredini Alimentos e JBS. A primeira delas é uma empresa com 71 anos de história, que possui 21 unidades industriais, sendo a sede no Ceará, além de líder em massas e biscoitos no Brasil. Detém diversas marcas, como Adria, Piraquê e Jasmine. "A participação da M. Dias Branco na iniciativa fortalece nosso compromisso com a gestão sustentável da água, um recurso vital para o futuro. A eficiência hídrica é uma prioridade em nossa Agenda Estratégica ESG, refletida no pilar 'Cuidar do Planeta', onde a água se destaca entre os 15 temas prioritários. Esta parceria nos permitirá aprimorar nossas práticas, trocar conhecimentos e ampliar nossas ações, influenciando positivamente toda a nossa cadeia de valor e promovendo um impacto ambiental cada vez maior", comenta Daniella Pessoa, gerente de Estratégia Climática e Ambiental da empresa. 

Já a Fredini Alimentos, fundada em 2014, é especializada na produção e comercialização de proteína de aves e seus derivados, com forte presença no estado de Minas Gerais. De acordo com Juliana Pinheiro, diretora de ESG da Fictor Alimentos, a gestão da água é uma das principais preocupações na gestão para a sustentabilidade, pois a empresa está situada em uma região de baixa disponibilidade hídrica e se destaca como uma das poucas indústrias locais. “O uso sustentável da água é uma responsabilidade que assumimos com a sociedade”, enfatiza. 

A JBS, por sua vez, é uma multinacional de origem brasileira com sede na cidade de São Paulo. Seu portfólio de produtos inclui desde carnes in natura e congelados até pratos prontos para o consumo, comercializados por meio de marcas como Friboi, Swift e Seara. “A adesão da JBS à iniciativa reforça nosso compromisso com a gestão responsável dos recursos hídricos. A água é um insumo essencial para nossas operações, e buscamos constantemente aprimorar a eficiência no uso, reduzir impactos e contribuir para a segurança hídrica das regiões onde atuamos. Por meio da iniciativa, teremos a oportunidade de compartilhar boas práticas, fortalecer nossa governança hídrica e colaborar com diferentes stakeholders na construção de soluções inovadoras para a preservação desse recurso fundamental”, afirma Liège Correia, diretora de Sustentabilidade JBS Brasil. 

Atenção à escassez hídrica 

As outras quatro empresas são a Entrevias, Igaratiba, Taboca e Arcelor Mittal. A Entrevias Concessionária de Rodovias S.A. é responsável pela operação, manutenção e modernização do lote Rodovias do Centro-Oeste Paulista, que compreende 570 quilômetros de vias que cruzam o estado de São Paulo, ligando Minas Gerais ao Paraná. “A preservação dos recursos hídricos é um compromisso que não podemos adiar. Nossa meta é reduzir em 50% o consumo de água até 2030. Cada gota conta. Este projeto reflete o nosso compromisso com o futuro. A redução no consumo é um passo essencial para reverter o impacto da escassez hídrica. Juntos, podemos transformar desafios em soluções duradouras e para nós, é uma alegria muito grande participar deste projeto”, afirma Osnir Ormon Giacon, gerente de SGI, Riscos e ESG da empresa. 

Fundada há mais de 40 anos, a Igaratiba é uma fabricante de embalagens plásticas. A empresa está sediada em Elias Fausto, próximo a região de Campinas. “A Igaratiba reconhece a importância fundamental dos recursos hídricos, ciente de que são recursos finitos e compartilhados. Sabemos que certas atitudes podem causar desequilíbrios ambientais, afetando biomas e impactando tanto as gerações atuais quanto as futuras. 

Por meio desta parceria, buscamos aprofundar nosso conhecimento e tratar os recursos hídricos com ainda mais respeito, identificando e implementando oportunidades e multiplicando ações”, destaca Henrique Ascione Júnior, gerente de Sistema de Gestão da Qualidade da empresa. 

A Mineração Taboca atua na mineração e metalurgia de estanho e minerais industriais. Fundada em 1969, a empresa é uma das poucas ativas no mercado mundial de estanho a possuir mina própria, a Mina de Pitinga, localizada na Região Amazônica. “A adesão ao projeto é um passo importante para fortalecer e expandir as práticas de gestão hídrica que já adotamos em nossas operações de mineração e metalurgia. Embora já tenhamos implementado diversas iniciativas para reduzir o consumo de água, o cálculo da pegada hídrica nos permitirá aprofundar ainda mais essa abordagem, identificando novas oportunidades para otimizar e ampliar nossas ações. Com essa ferramenta, buscamos aprimorar a eficiência no uso da água, reforçando nosso compromisso com a sustentabilidade, não apenas em nossas operações, mas também em nossa contribuição para a preservação dos recursos hídricos”, afirma Kenji Fuzimo, gerente corporativo de Sustentabilidade e Radioproteção da empresa.  

No setor de siderurgia, a ArcelorMittal Brasil é uma das maiores produtoras de aço do país, com operações industriais em nove estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. A empresa se destaca na produção de aços planos e longos, sendo reconhecida por seu compromisso com a inovação, qualidade e sustentabilidade em todas as suas operações. Segundo a empresa, sua participação no projeto reafirma sua responsabilidade socioambiental e seu empenho na gestão sustentável dos recursos hídricos. A empresa acredita que o uso eficiente da água é essencial para o desenvolvimento das comunidades onde está presente. “Fazer parte deste projeto reforça nosso compromisso com a preservação e o uso consciente da água, garantindo o bem-estar das gerações de hoje e do futuro”, destaca Edgar Adrian de Oliveira,  pesquisador Sênior em soluções para água da ArcelorMittal.