Institucional

Vida e obra de Luiz Felipe Lampreia integram o Programa de História Oral, da CPDOC

Falecido em fevereiro deste ano, foi ministro das Relações Exteriores entre 1995 e 2001. Participou do Programa de História Oral, desenvolvido pela CPDOC, e concedeu entrevistas aos pesquisadores da CPDOC em 2008 e 2014. 

Compartilhe:

O sociólogo e diplomata brasileiro, Luiz Felipe Lampreia, completaria 75 anos em 19 de outubro. Falecido em fevereiro deste ano, foi ministro das Relações Exteriores entre 1995 e 2001.  Participou do Programa de História Oral, desenvolvido pela Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPDOC), e concedeu entrevistas aos pesquisadores da CPDOC em 2008 e 2014. Os depoimentos, que somados totalizam mais de 16 horas de gravação, falam sobre a trajetória profissional de Lampreia e sobre as crises internacionais pelas quais o Brasil passou nas últimas décadas.

A primeira das entrevistas integra o projeto ?Luiz Felipe Lampreia?, destinado a preservar a memória do diplomata e completar o tratamento técnico de seu arquivo pessoal, doado para a CPDOC. Os depoimentos foram colhidos em janeiro e julho de 2008 pelos professores Marly Silva da Motta e Matias Spektor, somando mais de 14 horas de material audiovisual.

Ao longo da entrevista, Lampreia fala sobre a ditadura militar, passando pelo Ato Institucional nº5 (AI-5), pela abertura política e redemocratização, chegando ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o qual integrou como chanceler. O diplomata também relembra os conflitos internacionais, as transformações da política externa brasileira e de personagens marcantes da história contemporânea brasileira.

O outro depoimento de Luiz Felipe Lampreia foi colhido em abril de 2014, no âmbito do projeto ?O Brasil em Crises Internacionais?, e tem 1h35 de duração. Entre os assuntos abordados, o diplomata fala sobre a atuação do Brasil em crises regionais durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, a posição brasileira nas crises do Haiti e nas guerras da América Central, a preocupação brasileira com a estabilidade política e econômica interna durante os anos 1980 e 1990, o diálogo entre Brasil e Estados Unidos sobre as responsabilidades em relação às crises constitucionais na América do Sul, bem como considerações sobre a relação dos presidentes FHC e Lula com Hugo Chávez.

Lampreia fala também sobre a reação brasileira à deposição de Fernando Lugo, no Paraguai, considerações sobre o narcotráfico na América do Sul, posicionamento brasileiro sobre a crise nuclear na Índia em 1998, adesão do Brasil ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e a posição brasileira acerca da independência do Timor Leste. O diplomata ainda opinou sobre como deveria ser a política externa brasileira; a relação do Brasil com a ONU; a projeção global do Brasil e o papel latino-americano na refundação dos sistemas multilaterais no pós-guerra; além de abordar as pressões de organismos internacionais em assuntos da América Latina.

Os depoimentos estão disponíveis no acervo do Programa de História Oral.