Economia

IGP-10 sobe 0,45% em julho de 2024

“Apesar dos efeitos sazonais e da desvalorização mais acentuada do real em relação ao dólar, os índices componentes do IGP-10 mostraram desaceleração de junho para julho”, aponta André Braz, economista do FGV IBRE

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IGP-10 sobe 0,45% em julho de 2024

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10)  variou 0,45% em julho. No mês anterior, a taxa havia sido 0,83%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 1,63% no ano e de 3,38% em 12 meses. Em julho de 2023, o índice caíra 1,10% no mês e acumulava queda de 7,89% em 12 meses.

 

“Apesar dos efeitos sazonais e da desvalorização mais acentuada do real em relação ao dólar, os índices componentes do IGP-10 mostraram desaceleração de junho para julho. No âmbito do produtor, a queda nos preços dos alimentos in natura contribuiu para essa desaceleração. No IPC, índice que mede a variação do custo de vida, esse efeito também foi registrado, resultando em deflação no grupo alimentação. Finalmente, no INCC, tanto os materiais quanto a mão de obra apresentaram menor aumento em julho”, apontou André Braz, economista do FGV IBRE.

 

Qual o valor do IGP-10 acumulado em 12 meses?

O índice acumula alta de 3,38% em 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
jul/240,45%3,38%
jun/240,83%1,79%
mai/241,08%-1,27%
abr/24-0,33%-3,81%
mar/24-0,17%-4,05%
fev/24-0,65%-3,84%
jan/240,42%-3,20%
dez/230,62%-3,56%
nov/230,52%-3,81%
out/230,52%-4,88%
set/230,18%-6,35%
ago/23-0,13%-7,37%
jul/23-1,10%-7,89%

 

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

Em julho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) observou uma alta de 0,49%, porém inferior à taxa registrada no mês anterior, de 0,88%. Analisando os estágios de processamento mais detalhadamente, nota-se que os preços dos Bens Finais variaram 0,07% em julho, arrefecendo o comportamento em relação ao mês anterior quando registrou alta de 1,09%. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que viu sua taxa variar de 3,30% para -3,99%. Por outro lado, o índice relativo a Bens Finais (ex), com exceção dos subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, apresentou alta de 0,49% em julho, um novo acréscimo, porém abaixo da taxa de 0,94% observado no mês precedente.

No grupo de Bens Intermediários, a taxa variou de 0,77% em junho para 0,44% em julho. Esse comportamento foi impulsionado pelo recuo nos preços do subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, que passou de 1,30% para 0,42%. Excluindo-se o impacto do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, o índice de Bens Intermediários (ex) registrou aumento de 0,48% em julho, contudo inferior à alta de 1,12% observada no mês anterior.

A taxa do grupo Matérias-Primas Brutas passou de 0,80% em junho para 0,96% em julho. As principais contribuições para o avanço desse grupo partiram dos seguintes itens: café em grão (1,24% para 9,42%), laranja (-6,17% para 4,66%) e cacau (-14,61% para 14,28%). Em sentido oposto, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: soja em grão (4,81% para 1,96%), arroz em casca (7,50% para -1,17%) e minério de ferro (0,05% para -0,60%).

 

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,24% em julho. Em junho o índice variara 0,54%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Alimentação (0,97% para -0,12%), Habitação (0,52% para 0,14%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,75% para 0,41%), Transportes (0,37% para 0,28%) e Comunicação (0,26% para 0,08%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: hortaliças e legumes (6,53% para -3,14%), aluguel residencial (1,18% para 0,02%), artigos de higiene e cuidado pessoal (1,86% para 0,75%), transporte por aplicativo (5,40% para -6,45%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,58% para 0,01%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,22% para 0,67%), Despesas Diversas (0,35% para 0,95%) e Vestuário (-0,20% para 0,18%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: passagem aérea (1,85% para 3,53%), serviços bancários (0,38% para 1,79%) e roupas (-0,43% para 0,12%).

 

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) 

Em julho, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de 0,54%, mostrando uma redução em relação à taxa de 1,06% observada no mês anterior. Analisando os componentes do INCC, observamos movimentações similares entre os grupos. Materiais e Equipamentos apresentaram alta menos significativa, passando de um crescimento de 0,45% em junho para 0,38% em julho. Por outro lado, Serviços, que havia subido 0,39% em junho, recuou de 0,08% em julho. Já a Mão de Obra obteve uma desaceleração significativa, passando de 1,96% em junho para 0,83% em julho.

O resultado completo está disponível no site.

Acesse aqui o material Complementar.

 

O que é o IGP-10? 

O IGP-10 é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP) do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Registra a inflação de todos os segmentos desde matérias-primas agrícolas e industriais utilizadas pelos produtores até bens e serviços finais demandados pelos consumidores.

 

Como é calculado? 

O índice mede a evolução dos preços no período compreendido entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual. Ele é uma média ponderada de outros três índices: 

  • IPA-10 (Índice de Preços ao Produtor Amplo – 10), com peso aproximado de 60%; 
  • IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor – 10), com peso aproximado de 30%; 
  • INCC-10 (Índice Nacional de Custo da Construção – 10), com peso aproximado de 10%. 

 

Quais as diferenças entre o IGP-10, INCC-M e IGP-M? 

O IGP-10 e o IGP-M são essencialmente o mesmo índice, sendo diferenciados apenas pelo período de apuração da variação de preços: enquanto o IGP-10 apura as variações entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual, o IGP-M apura entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês atual. Já o INCC-M é um componente do IGP-M, do mesmo modo que o INCC-10 é componente do IGP-10.

 

Qual o público-alvo? 

Como o IGP-10 é um índice múltiplo, seus componentes possuem públicos-alvo diferentes: o IPA-10 abrange os produtores dos setores agropecuário e da indústria de transformação; o IPC-10 abrange a cesta das famílias com renda de 1 a 33 salários-mínimos; e o INCC-10 abrange o setor da construção de imóveis residenciais.

 

Calendário de divulgação 

Confira todos os resultados do IGP-10 em 2024.

 

Confira também o calendário do ano anterior: