Economia

IGP-10 cai 0,17% em março de 2024

Dentre os bens finais, o item que exerceu maior influência sobre o índice foi o subitem ovos, que apresentou uma variação significativa de -1,80% para 12,44%.

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IGP-10 cai 0,17% em março de 2024

Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,17% em março. No mês anterior, a taxa havia sido -0,65%. Com esse resultado, o índice acumula queda de -0,40% no ano e de -4,05% em 12 meses. Em março de 2023, o índice variara 0,05% no mês e acumulava elevação de 1,12% em 12 meses.

 

"O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) é dividido em três principais categorias de produção, cada uma registrando acréscimos em suas taxas de variação. Dentre os bens finais, o item que exerceu maior influência sobre o índice foi o subitem ovos, que apresentou uma variação significativa de -1,80% para 12,44%. No segmento dos bens intermediários, o destaque ficou por conta do óleo Diesel, cuja taxa de variação se ajustou de -4,25% para 0,00%, indicando uma estabilização nos preços. Por fim, no que se refere às matérias-primas brutas, a soja teve papel preponderante ao contribuir para uma redução menos acentuada na taxa de variação do grupo, passando de -15,01% para -4,92%. Estas mudanças sublinham dinâmicas importantes no índice ao produtor”, conforme analisado por André Braz, economista do FGV IBRE.

 

Qual o valor do IGP-10 acumulado em 12 meses?

Com esse resultado, o índice acumula queda de -0,40% no ano e de -4,05% em 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
mar/24-0,17%-4,05%
fev/24-0,65%-3,84%
jan/240,42%-3,20%
dez/230,62%-3,56%
nov/230,52%-3,81%
out/230,52%-4,88%
set/230,18%-6,35%
ago/23-0,13%-7,37%
jul/23-1,10%-7,89%
jun/23-2,20%-6,31%
mai/23-1,53%-3,49%
abr/23-0,58%-1,90%
mar/230,05%1,12%

 

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

Em março, observou-se uma queda de 0,40% no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), marcando uma redução menor em comparação à registrada no mês anterior, de -1,08%. Analisando os estágios de processamento mais detalhadamente, nota-se que os preços dos Bens Finais tiveram um leve aumento, variando de 0,33% em fevereiro para 0,49% em março. Esse incremento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que viu sua taxa aumentar de 3,90% para 5,56%. Por outro lado, o índice relativo a Bens Finais (ex), com exceção dos subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, apresentou uma queda de 0,10% em março, um decréscimo ligeiramente maior do que o de -0,09% observado no mês precedente.

Em março, houve uma notável mudança no grupo de Bens Intermediários, cuja taxa se recuperou de uma queda de -0,93% em fevereiro para um aumento modesto de 0,07%. Esta virada foi primordialmente impulsionada pela recuperação nos preços do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, que viu sua taxa passar de um declínio significativo de -3,36% para um crescimento de 0,61%. Excluindo-se o impacto deste subgrupo, o índice de Bens Intermediários (ex) registrou uma leve queda de 0,02% em março, uma melhora em relação à redução de 0,48% vista no mês anterior.

O índice do grupo Matérias-Primas Brutas passou de -2,63% em fevereiro para -1,85% em março. As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo partiram dos seguintes itens: soja em grão (-15,01% para -4,92%), milho em grão (-4,99% para -2,77%) e laranja (9,33% para 15,76%). Em sentido descendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: minério de ferro (-1,05% para -6,51%), mandioca/aipim (10,45% para -2,41%) e arroz em casca (1,71% para -8,35%). 

 

Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 

Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou uma variação de 0,48% em março, indicando um ritmo de crescimento mais lento em comparação com o aumento de 0,62% observado em fevereiro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, três tiveram uma desaceleração nas suas taxas de variação. Notavelmente, Educação, Leitura e Recreação reduziram de 1,23% para -1,49%, Alimentação passou de 1,37% para 0,88%, e Despesas Diversas moderaram de 1,80% para 1,38%. Essa tendência foi influenciada principalmente por ajustes nos preços de cursos formais, que estagnaram em 0,00% após um aumento de 3,99%, hortaliças e legumes, que tiveram um aumento menos acentuado, de 8,65% para 2,24%, e serviços bancários, cuja taxa de variação diminuiu de 2,86% para 2,30%.

Por outro lado, houve avanço nas taxas de variação de vários grupos do Índice de Preços ao Consumidor em março. De forma destacada, Transportes aceleraram de 0,14% para 0,87%, refletindo um aumento significativo na mobilidade. Habitação também viu um crescimento de 0,13% para 0,55%, evidenciando custos residenciais mais elevados. Além disso, o segmento de Vestuário reverteu sua tendência anterior, passando de uma queda de -0,20% para um modesto aumento de 0,08%. Saúde e Cuidados Pessoais tiveram um leve acréscimo em sua variação, de 0,41% para 0,47%, enquanto Comunicação subiu de 0,29% para 0,31%.

Dentre os itens que mais contribuíram para estas mudanças, destacam-se: a gasolina, com um expressivo salto de 0,19% para 2,69%, impulsionando o grupo de Transportes; o aluguel residencial, que saiu de uma redução de -0,53% para um aumento de 3,78%, impactando o grupo Habitação; roupas, que se recuperaram levemente de -0,36% para 0,13%, contribuindo para a variação no Vestuário; medicamentos em geral, que passaram de -0,07% para 0,14%, afetando Saúde e Cuidados Pessoais; e a mensalidade para TV por assinatura, que aumentou de 0,30% para 1,28%, refletindo nas despesas de Comunicação.

 

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) 

Em março, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,27%, mostrando um aumento em relação à taxa de 0,10% observada no mês anterior. Analisando os componentes do INCC, observamos movimentações distintas entre os grupos. Materiais e Equipamentos viram uma recuperação, passando de uma ligeira retração de -0,05% em fevereiro para um crescimento de 0,34% em março. Por outro lado, Serviços, que haviam aumentado 0,58% em fevereiro, apresentaram uma variação quase nula de -0,01% em março. Já a Mão de Obra manteve-se praticamente estável, com uma leve diminuição na sua taxa de variação, de 0,23% para 0,21%.

O resultado completo está disponível no site.

Acesse aqui o material Complementar.

 

O que é o IGP-10? 

O IGP-10 é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP) do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Registra a inflação de todos os segmentos desde matérias-primas agrícolas e industriais utilizadas pelos produtores até bens e serviços finais demandados pelos consumidores.

 

Como é calculado? 

O índice mede a evolução dos preços no período compreendido entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual. Ele é uma média ponderada de outros três índices: 

  • IPA-10 (Índice de Preços ao Produtor Amplo – 10), com peso aproximado de 60%; 
  • IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor – 10), com peso aproximado de 30%; 
  • INCC-10 (Índice Nacional de Custo da Construção – 10), com peso aproximado de 10%. 

 

Quais as diferenças entre o IGP-10, INCC-M e IGP-M? 

O IGP-10 e o IGP-M são essencialmente o mesmo índice, sendo diferenciados apenas pelo período de apuração da variação de preços: enquanto o IGP-10 apura as variações entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual, o IGP-M apura entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês atual. Já o INCC-M é um componente do IGP-M, do mesmo modo que o INCC-10 é componente do IGP-10.

 

Qual o público-alvo? 

Como o IGP-10 é um índice múltiplo, seus componentes possuem públicos-alvo diferentes: o IPA-10 abrange os produtores dos setores agropecuário e da indústria de transformação; o IPC-10 abrange a cesta das famílias com renda de 1 a 33 salários-mínimos; e o INCC-10 abrange o setor da construção de imóveis residenciais.

 

Calendário de divulgação 

Confira todos os resultados do IGP-10 em 2024.

 

Confira também o calendário do ano anterior: