Economia

IGP-10 cai 0,33% em abril de 2024

"Embora algumas commodities significativas no índice ao produtor, como a soja, estejam experimentando um aumento de preços, um amplo conjunto de outras commodities, incluindo minério de ferro, feijão e milho, apresenta uma tendência de queda", disse André Braz, economista do FGV IBRE.

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IGP-10 cai 0,33% em abril de 2024

Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,33% em abril. No mês anterior, a taxa havia sido -0,17%. Com esse resultado, o índice acumula queda de -0,73% no ano e de -3,81% em 12 meses. Em abril de 2023, o índice variara -0,58% no mês e acumulava queda de -1,90% em 12 meses.

 

"Embora algumas commodities significativas no índice ao produtor, como a soja, estejam experimentando um aumento de preços, um amplo conjunto de outras commodities, incluindo minério de ferro, feijão e milho, apresenta uma tendência de queda. Essa divergência contribui para que o IPA e o IGP continuem a registrar quedas em suas taxas de variação. Contudo, novas incertezas nos cenários doméstico e internacional poderiam reverter essa tendência de desaceleração, especialmente com um possível aumento nos preços dos combustíveis, afetando tanto o índice ao produtor quanto ao consumidor", conforme análise de André Braz, economista do FGV IBRE.

 

Qual o valor do IGP-10 acumulado em 12 meses?

Com esse resultado, o índice acumula queda de -0,73% no ano e de -3,81% em 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
abr/24-0,33%-3,81%
mar/24-0,17%-4,05%
fev/24-0,65%-3,84%
jan/240,42%-3,20%
dez/230,62%-3,56%
nov/230,52%-3,81%
out/230,52%-4,88%
set/230,18%-6,35%
ago/23-0,13%-7,37%
jul/23-1,10%-7,89%
jun/23-2,20%-6,31%
mai/23-1,53%-3,49%
abr/23-0,58%-1,90%

 

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

Em abril, observou-se uma queda de 0,56% no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), intensificando o movimento quando comparado à taxa registrada no mês anterior, de -0,40%. Analisando os estágios de processamento mais detalhadamente, nota-se que os preços dos Bens Finais tiveram uma queda considerável, variando de 0,49% em março para -0,36% em abril. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que viu sua taxa diminuir de 5,56% para -1,47%. Por outro lado, o índice relativo a Bens Finais (ex), com exceção dos subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, apresentou uma queda de 0,28% em abril, um decréscimo maior do que o de -0,10% observado no mês precedente.

Em abril, houve uma notável mudança no grupo de Bens Intermediários, cuja taxa passou de 0,07% em março para um aumento considerável de 0,71%. Esta alta foi primordialmente impulsionada pela recuperação nos preços do subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, que viu sua taxa passar de -0,29% para um crescimento de 0,94%. Excluindo-se o impacto do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, o índice de Bens Intermediários (ex) registrou uma alta de 0,63% em abril, em relação à redução de 0,02% vista no mês anterior.

O índice do grupo Matérias-Primas Brutas passou de -1,85% em março para -2,23% em abril. As principais contribuições para a taxa mais negativa do grupo partiram dos seguintes itens: minério de ferro (-6,51% para -14,46%), algodão em caroço (7,25% para -1,02%) e cana-de-açúcar (0,09% para -0,97%). Em sentido ascendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: soja em grão (-4,92% para 5,18%), mandioca/aipim (-2,41% para 7,22%) e cacau (12,14% para 45,92%). 

 

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,21% em abril. Em março, o índice subira 0,48%. Sete das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Transportes (0,87% para 0,19%), Despesas Diversas (1,38% para 0,19%), Alimentação (0,88% para 0,73%), Comunicação (0,31% para -0,21%), Educação, Leitura e Recreação (-1,49% para -1,72%), Vestuário (0,08% para 0,05%) e Habitação (0,55% para 0,54%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: gasolina (2,69% para -0,07%), serviços bancários (2,30% para 0,34%), arroz e feijão (2,78% para -0,54%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,37% para -0,66%), passagem aérea (-8,57% para -10,60%), serviços do vestuário (0,00% para -1,58%) e aluguel residencial (3,78% para 2,07%).

Em contrapartida, apenas o grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,47% para 0,49%) apresentou avanço em sua taxa de variação. Nesta classe de despesa, vale citar o item medicamentos em geral (0,14% para 1,16%), movimento esperado após anúncio do reajuste anual pelo governo.

 

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) 

Em abril, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,33%, mostrando um aumento em relação à taxa de 0,27% observada no mês anterior. Analisando os componentes do INCC, observamos movimentações distintas entre os grupos. Materiais e Equipamentos apresentaram alta menos significativa, passando de crescimento de 0,34% em março para 0,19% em abril. Por outro lado, Serviços, que haviam recuado 0,01% em março, apresentou um aumento de 0,40% em abril. Já a Mão de Obra obteve aumento considerável, passando de  0,21% em março para 0,50% em abril.

O resultado completo está disponível no site.

Acesse aqui o material Complementar.

 

O que é o IGP-10? 

O IGP-10 é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP) do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Registra a inflação de todos os segmentos desde matérias-primas agrícolas e industriais utilizadas pelos produtores até bens e serviços finais demandados pelos consumidores.

 

Como é calculado? 

O índice mede a evolução dos preços no período compreendido entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual. Ele é uma média ponderada de outros três índices: 

  • IPA-10 (Índice de Preços ao Produtor Amplo – 10), com peso aproximado de 60%; 
  • IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor – 10), com peso aproximado de 30%; 
  • INCC-10 (Índice Nacional de Custo da Construção – 10), com peso aproximado de 10%. 

 

Quais as diferenças entre o IGP-10, INCC-M e IGP-M? 

O IGP-10 e o IGP-M são essencialmente o mesmo índice, sendo diferenciados apenas pelo período de apuração da variação de preços: enquanto o IGP-10 apura as variações entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual, o IGP-M apura entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês atual. Já o INCC-M é um componente do IGP-M, do mesmo modo que o INCC-10 é componente do IGP-10.

 

Qual o público-alvo? 

Como o IGP-10 é um índice múltiplo, seus componentes possuem públicos-alvo diferentes: o IPA-10 abrange os produtores dos setores agropecuário e da indústria de transformação; o IPC-10 abrange a cesta das famílias com renda de 1 a 33 salários-mínimos; e o INCC-10 abrange o setor da construção de imóveis residenciais.

 

Calendário de divulgação 

Confira todos os resultados do IGP-10 em 2024.

 

Confira também o calendário do ano anterior: