IGP-DI cai para -0,50% em março
Recuo nos preços das commodities desacelera o IPA, enquanto a energia arrefece a inflação ao consumidor.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu para -0,50% em março. No mês de fevereiro, a taxa havia sido de 1,00%. Com este resultado, o índice acumula alta de 0,60% no ano e 8,57% em 12 meses. Em março de 2024, o IGP-DI havia caído 0,30% e acumulava queda de 4,00% em 12 meses.
“Os três componentes do IGP registraram desaceleração em março. No Índice ao Produtor (IPA), a perda de ritmo foi influenciada pelas quedas nos preços do minério de ferro, dos bovinos e do arroz. No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), destacaram-se as retrações nas passagens aéreas, no arroz e na energia elétrica. Já no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), pesaram negativamente os preços dos vergalhões de aço e dos tubos de PVC", destacou André Braz, economista do FGV IBRE.
Qual o valor do IGP-DI acumulado em 12 meses?
O IGP-DI acumula alta de 8,57% em 12 meses.
Mês de referência | Evolução Mensal | Acumulado 12 meses |
---|---|---|
mar/25 | -0,50% | 8,57% |
fev/25 | 1,00% | 8,78% |
jan/25 | 0,11% | 7,27% |
dez/24 | 0,87% | 6,86% |
nov/24 | 1,18% | 6,62% |
out/24 | 1,54% | 5,91% |
set/24 | 1,03% | 4,83% |
ago/24 | 0,12% | 4,23% |
jul/24 | 0,83% | 4,16% |
jun/24 | 0,50% | 2,88% |
mai/24 | 0,87% | 0,88% |
abr/24 | 0,72% | -2,32% |
mar/24 | -0,30% | -4,00% |
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) cai para -0,88% em março.
Em março, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu para -0,88%, registrando um recuo significativo em comparação à alta de 1,03% observada em fevereiro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 0,47% em março, porém desacelerando em relação ao mês anterior, quando havia registrado alta de 0,79%. Em movimento oposto, o índice de Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, avançou de 0,08% em fevereiro para 0,10% em março. A taxa do grupo Bens Intermediários caiu para -0,29% em março, após alta de 0,51% em fevereiro. O índice de Bens Intermediários (ex), que exclui o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,01% em março, variação inferior à taxa de 0,06% registrada em fevereiro. Por fim, o estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 2,10% em março, após registrar aumento de 1,53% em fevereiro.
IPC desacelera para 0,44% em março
Em março, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,44% apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice subiu 1,18%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, quatro apresentaram recuo nas suas taxas de variação: Habitação (3,80% para 0,52%), Transportes (1,41% para 0,41%), Despesas Diversas (1,07% para 0,32%) e Vestuário (0,14% para -0,01%). Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-2,54% para -1,21%), Alimentação (1,02% para 1,19%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,38% para 0,56%) e Comunicação (0,28% para 0,32%) apresentaram avanço em suas taxas de variação.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) recua para 0,39% em março
Em março, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,39%, ligeiramente inferior à taxa de 0,40% observada em fevereiro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se movimentações distintas nas suas respectivas taxas de variação na transição de fevereiro para março: o grupo Materiais e Equipamentos recuou de 0,42% para 0,24%; o grupo Serviços retrocedeu de 0,42% para 0,23%; e o grupo Mão de Obra acelerou de 0,37% para 0,61%.
Núcleo de Inflação e Índice de Difusão do consumidor
O Núcleo do IPC registrou taxa de 0,46% em março, levemente abaixo do resultado do mês anterior, de 0,48%. Dos 85 itens componentes do IPC, 40 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 22 apresentaram taxas abaixo de 0,12%, linha de corte inferior, e 18 registraram variações acima de 0,80%, linha de corte superior. O Índice de Difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 62,58%, 1,94 ponto percentual abaixo do registrado em fevereiro, quando o índice foi de 64,52%.
O estudo completo está disponível no site.
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Calendário de Divulgação 2025
- IGP-DI Janeiro: 07/02/2025
- IGP-DI Fevereiro: 10/03/2025
- IGP-DI Março: 04/04/2025
O calendário completo será divulgado em breve.
Confira todos os resultados do IGP-DI em 2025
Resultados de anos anteriores:
O que é o IGP-DI?
O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), é um indicador do movimento de preços que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro de inflação no Brasil.
Para que serve?
O IGP-DI está estruturado para captar o movimento geral de preços através de pesquisa realizada nas áreas de cobertura de cada componente, durante o mês calendário, isto é, do primeiro ao último dia do mês de referência. Nessa pesquisa, cobre-se todo o processo produtivo, desde preços de matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos preços de produtos intermediários até os de bens e serviços finais.
Como é utilizado?
Do ponto de vista da utilização, o propósito inicial do IGP era indicar as fases do ciclo econômico, deflacionando a antiga série de evolução dos negócios. Mais adiante, o IGP-DI teve seu papel de deflator estendido às Contas Nacionais. Com a introdução da correção monetária no Brasil, em 1964, intensificou-se a utilização desse índice em diferentes operações financeiras, especialmente reajustes contratuais.
Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. O IGP-DI também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. É natural, portanto, que haja por parte dos usuários o interesse em conhecer, em profundidade, os aspectos relacionados à metodologia de cálculo deste índice.
Como é calculado?
Quando da inclusão do ICC no cálculo do IGP-DI, convencionou-se que os pesos de cada índice componente corresponderiam a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais. Daí resultou a seguinte distribuição: 60% para o IPA, 30% para o IPC e 10% para o ICC (INCC).
A escolha destes pesos tem a seguinte explicação:
- Os 60% representados pelo IPA-DI equivalem ao valor adicionado pela produção de bens agropecuários e industriais, nas transações comerciais em nível de produtor;
- Os 30% de participação do IPC-DI equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços de consumo;
- Quanto aos 10% complementares, representados pelo INCC-DI, equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil.
Diferença entre IGP-DI, IGP-M e IGP-10
O IGP-DI é uma das denominações do IGP. O que muda entre o IGP-DI, o IGP-10 e o IGP-M (e suas prévias) é o período de apuração do índice.
- IGP–M, pesquisado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência;
- IGP–10, entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência;
- IGP–DI, entre o 1º e o último dia do mês de referência;
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