Economia

IGP-DI acelera para 1% em fevereiro de 2025

Alta nos preços de alimentos in natura e commodities acelera o IPA, enquanto a energia impacta a inflação ao consumidor.

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IGP-DI acelera para 1% em fevereiro de 2025

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 1,00% em fevereiro. No mês de janeiro, a taxa havia sido de 0,11%. Com este resultado, o índice acumula alta de 1,11% no ano e 8,78% em 12 meses. Em fevereiro de 2024, o IGP-DI havia caído 0,41% e acumulava queda de 4,04% em 12 meses.

 

“As principais influências nos preços ao produtor vieram de ovos e milho, ambos impactados em fevereiro pelo mesmo fator: demanda elevada e baixa disponibilidade. No caso do milho, somam-se desafios logísticos, o que tem pressionado os preços de forma temporária, com potencial de afetar outros produtos da cadeia alimentar, especialmente as proteínas animais. No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o principal impacto veio do fim do bônus de Itaipu nas tarifas de energia elétrica em fevereiro, que respondeu por quase 50% da pressão sobre os preços ao consumidor. No INCC, o grupo Mão de Obra foi o principal fator para a desaceleração do índice", destacou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.


Qual o valor do IGP-DI acumulado em 12 meses?

O IGP-DI  acumula alta de 8,78% em 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
fev/251,00%8,78%
jan/250,11%7,27%
dez/240,87%6,86%
nov/241,18%6,62%
out/241,54%5,91%
set/241,03%4,83%
ago/240,12%4,23%
jul/240,83%4,16%
jun/240,50%2,88%
mai/240,87%0,88%
abr/240,72%-2,32%
mar/24-0,30%-4,00%
fev/24-0,41%-4,04%

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) acelera para 1,03% em fevereiro

Em fevereiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,03%, registrando um avanço expressivo em comparação à taxa de 0,03% observada em janeiro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 0,79% em fevereiro, acelerando em relação ao mês anterior, quando havia registrado alta de 0,04%. Em movimento oposto, o índice de Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, desacelerou de 0,23% em janeiro para 0,08% em fevereiro. A taxa do grupo Bens Intermediários recuou para 0,51% em fevereiro, após alta de 1,22% em janeiro. O índice de Bens Intermediários (ex), que exclui o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,06% em fevereiro, variação inferior à alta de 1,33% registrada em janeiro. Por fim, o estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 1,53% em fevereiro, após registrar queda de 0,74% em janeiro.

IPC acelera para 1,18% em fevereiro

Em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou alta de 1,18% apresentando aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice subiu 0,02%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, quatro apresentaram avanços nas suas taxas de variação: Habitação (-2,43% para 3,80%), Transportes (0,83% para 1,41%), Despesas Diversas (0,26% para 1,07%) e Comunicação (0,01% para 0,28%). Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,18% para -2,54%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,66% para 0,38%), Alimentação (1,22% para 1,02%) e Vestuário (0,22% para 0,14%) exibiram recuo em suas taxas de variação.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelera para 0,40% em fevereiro

Em fevereiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,40%, porém inferior à taxa de 0,83% observada em janeiro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se movimentações idênticas nas suas respectivas taxas de variação na transição de janeiro para fevereiro: o grupo Materiais e Equipamentos recuou de 0,49% para 0,42%; o grupo Serviços retrocedeu de 0,76% para 0,42%; e o grupo Mão de Obra desacelerou de 1,27% para 0,37%.

Núcleo de Inflação e Índice de Difusão do consumidor

O Núcleo do IPC registrou taxa de 0,48% em fevereiro, repetindo o resultado apurado no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 38 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 24 apresentaram taxas abaixo de 0,14%, linha de corte inferior, e 14 registraram variações acima de 0,92%, linha de corte superior. O Índice de Difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 64,52%, 10,32 pontos percentuais abaixo do registrado em janeiro, quando o índice foi de 74,84%.

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar.

 



Calendário de Divulgação 2025

O calendário completo será divulgado em breve.

Confira todos os resultados do IGP-DI em 2025


Resultados de anos anteriores: 

 



O que é o IGP-DI?

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), é um indicador do movimento de preços que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro de inflação no Brasil. 


Para que serve?

O IGP-DI está estruturado para captar o movimento geral de preços através de pesquisa realizada nas áreas de cobertura de cada componente, durante o mês calendário, isto é, do primeiro ao último dia do mês de referência. Nessa pesquisa, cobre-se todo o processo produtivo, desde preços de matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos preços de produtos intermediários até os de bens e serviços finais. 


Como é utilizado?

Do ponto de vista da utilização, o propósito inicial do IGP era indicar as fases do ciclo econômico, deflacionando a antiga série de evolução dos negócios. Mais adiante, o IGP-DI teve seu papel de deflator estendido às Contas Nacionais. Com a introdução da correção monetária no Brasil, em 1964, intensificou-se a utilização desse índice em diferentes operações financeiras, especialmente reajustes contratuais.

Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. O IGP-DI também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. É natural, portanto, que haja por parte dos usuários o interesse em conhecer, em profundidade, os aspectos relacionados à metodologia de cálculo deste índice.


Como é calculado?

Quando da inclusão do ICC no cálculo do IGP-DI, convencionou-se que os pesos de cada índice componente corresponderiam a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais. Daí resultou a seguinte distribuição: 60% para o IPA, 30% para o IPC e 10% para o ICC (INCC).

A escolha destes pesos tem a seguinte explicação:

  1. Os 60% representados pelo IPA-DI equivalem ao valor adicionado pela produção de bens agropecuários e industriais, nas transações comerciais em nível de produtor;
     
  2. Os 30% de participação do IPC-DI equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços de consumo;
     
  3. Quanto aos 10% complementares, representados pelo INCC-DI, equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil.


Diferença entre IGP-DI, IGP-M e IGP-10

O IGP-DI é uma das denominações do IGP. O que muda entre o IGP-DI, o IGP-10 e o IGP-M (e suas prévias) é o período de apuração do índice.

  • IGP–M, pesquisado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência;
  • IGP–10, entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência;
  • IGP–DI, entre o 1º e o último dia do mês de referência;