FGV Arte: Conheça o artista que veio das ruas e encontrou na arte uma forma de se reinventar

Marcelo Conceição perdeu tudo na tragédia do Morro do Bumba e hoje se autodenomina um garimpeiro urbano
Institucional
25 Janeiro 2024
FGV Arte: Conheça o artista que veio das ruas e encontrou na arte uma forma de se reinventar

O artista plástico Marcelo Conceição saiu das ruas e encontrou na arte uma nova forma de viver. Autodenominado um garimpeiro urbano é um dos expositores da “A quarta geração construtiva no Rio de Janeiro”, que ficará em cartaz, na FGV Arte até o dia 25 de fevereiro de 2024.

Nascido em Niterói, em 1966, numa família de 11 irmãos, passou mais de uma década vivendo nas ruas do Rio de Janeiro depois de perder parentes no trágico desabamento do Morro do Bumba. Sobreviveu vendendo objetos que recolhia em calçadas e avenidas do centro e da zona sul da cidade. Depois dos 50 anos de idade começou a viver e a trabalhar de arte e hoje é um artista já estabilizado, tem a sua casa no Rio de Janeiro e compõe o conjunto de artistas que participam da exposição na FGV.

De acordo com o curador Paulo Herkenhoff, o conceito da exposição foi articulado nos ensaios do livro Rio XXI – Vertentes Construtivas, lançado pela FGV Conhecimento em setembro de 2023.  A obra apresenta a tradição construtiva na arte brasileira, desde os anos 1950, e que agora, na nova geração, é atravessada por pautas diversas da vida contemporânea.

 

Inspiração de suas obras

A inspiração de suas obras está nos materiais descartados que encontra nas ruas e feiras no Rio de Janeiro. Inclusive, o trabalho exposto ainda é do período em que ele estava em situação de rua. Os materiais utilizados são rolhas, varetas de ferro, madeiras de caixotes e linhas. Sua obra é extremamente complexa na busca do equilíbrio e, a um só tempo. Além disso, revela precariedades e fragilidades, num movimento incessante de transformação e renovação.

Utiliza poucos instrumentos de trabalho: um estilete, um pedaço de lâmina de serra, cola e também economiza nas cores das tintas, priorizando o vermelho, o preto e o branco, referências à escola de samba do coração: Salgueiro. Tem predileção por botões, peças de bijuterias, rolhas de cortiça, búzios e carretéis. Alguns trabalhos confeccionados com varetas de bambu e linhas remetem à infância e lembram as técnicas utilizadas na confecção de cafifas (pipas ou papagaio), brinquedos tão lúdicos e leves que podem ser levados pelo vento.

Seus trabalhos revelam um pouco da complexidade de um artista plural e generoso, que compartilha o pouco que tem e encontrou, na convivência diária e democrática das ruas.

 

Local:
Sede FGV - Praia de Botafogo, 190, Botafogo, Rio de Janeiro/RJ 
Horário: Segunda a sexta, 10 às 20h; Sábado e domingo, 10 às 18h 

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