Iniciativa apresenta projetos inovadores de ensino aplicados por unidades da FGV
Iniciativa teve como objetivo compartilhar resultados, promover intercâmbio de ideias e engajar pesquisadores em novos projetos
O Hub de Inovação Pedagógica da Fundação Getulio Vargas (HIP FGV) promoveu o webinar Inovação no Ensino na FGV: compartilhamento de ensino inovadoras, reunindo 300 participantes, com o objetivo de apresentar e compartilhar projetos pedagógicos inovadores desenvolvidos e implementados pela FGV.
Segundo Marina Feferbaum, coordenadora do HIP e pesquisadora vinculada a FGV Direito SP, o webinar teve como objetivo engajar a comunidade acadêmica da FGV e de outras instituições de ensino para promover um espaço de troca sobre inovação pedagógica e preparar o caminho para o II Seminário de Inovação Pedagógica, que acontecerá no Rio de Janeiro em outubro deste ano.
Clio Radomysler, líder do HIP, destacou que, um dos resultados da primeira edição do seminário, realizado em novembro de 2023, foi a elaboração de um documento que contém os cinco elementos orientadores dos projetos de inovação pedagógica, que são:
- Promover a conexão humana e o pensamento crítico;
- Expandir as experiências em sala de aula para outras realidades e visões de mundo;
- Comprometer-se com uma formação atrelada à realidade brasileira;
- Trabalhar na abertura para experimentação e aprendizado com os erros;
- Fortalecer o espaço de troca e informações entre as escolas.
O aprendizado e o metaverso
Alessandra Maia, professora da Escola de Comunicação, Mídia e Informação (FGV ECMI) e coordenadora do Cubo de Inovação (FGV ECMI), apresentou resultados de dois projetos de produção de mundos em ambientes digitais desenvolvidos por alunos do curso.
O primeiro, intitulado Entremeios – caminhos para o metaverso, em parceria com a Meta iniciada em 2023, buscou capacitar os alunos a desenvolver espaços de socialização, pensando em soluções que incentivem tanto o crescimento do número de usuários quanto maior interação dos públicos escolhidos com o metaverso, que foram alunos de ensino médio e comunidades ianomâmis.
Alessandra relata que os estudantes foram desafiados a levantar questões pertinentes e aprenderam a trabalhar em todas as etapas da construção do universo, desde a concepção do roteiro, experimentação de diferentes ambientes imersivos e óculos de realidade virtual. O resultado chegou a ser selecionado para o projeto Amazônia de Pé e apresentado na Innovation Week Rio 2023.
A segunda oficina demandou dos alunos a construção de um projeto de conceituação e produção de uma experiência em ambiente de jogo, usando ferramentas acessíveis de motor de jogo, como o GameMaker e o Ren´Py. Mesmo o sendo livre, os alunos escolheram trabalhar em causas de meio ambiente.
Novas metodologias nos mestrados profissionais
Priscilla Tavares, coordenadora do NAPPE (Núcleo de Apoio Pedagógico e Pesquisa em Educação) da FGV EESP, destacou a utilização de um modelo de ensino utilizado no ensino do Mestrado Profissional da Escola de Economia baseado em aprendizado por competências e habilidades.
“O nosso público do mestrado profissional demanda por formação de networking e interação com docentes experientes no mercado. Apesar de demonstrarem bastante dedicação ao curso, é um público com pouca disponibilidade de tempo de estudo fora da sala de aula”, explica
Para contornar esse desafio, foi desenhado um modelo de aprendizado utilizando conteúdo que combine prática e teoria e que exija pouco tempo para assimilação. É pedido que o aluno faça essa preparação ativa antes das aulas, em uma atividade que dura não mais que 20 minutos.
Empresa Real
Na FGV EPPG, a proposta de inovação é ainda mais radical. “É desafiar os alunos a criar uma startup real, com metas de venda, metas de faturamento e concorrendo entre si, como se estivessem no mercado”, explicou o professor Rodrigo de Alvarenga, que apresentou a disciplina Laboratório de Empreendedorismo e Inovação da escola.
Baseado em pilares como excelência acadêmica, aprendizado baseado em desafios, aprendizado baseado em problemas e aprendizado baseado na prática, os alunos precisam executar durante o semestre todos os processos que envolvem a formação de uma startup. O grupo com maior retorno financeiro vence.
Para atingir esse objetivo, a disciplina possibilita ao aluno desenvolver competências necessárias, como métodos de resolução de problemas, validade externa do produto, gerenciamento de riscos, superação de problemas.
“Existe até a possibilidade de um aluno de um grupo ficar descontente, se demitir e se colocar disponível para atuar em outros grupos, assim como um grupo dispensar o executivo que não estiver correspondendo às expectativas”, exemplifica.
Inovação no ambiente online
Rebecca Seoane, superintendente de soluções educacionais da diretoria de gestão acadêmica da FGV IDE, destoou das outras apresentações e trouxe a solução utilizada para aplicar uma metodologia participativa em um curso online assíncrono.
“O desafio era trazer metodologias ativas dentro do MBA online, um curso com flexibilidade, com alunos em tempos e lugares diferentes, sem que se perca a qualidade”, explicou.
O MBA online, portanto, adotou a metodologia PBL (Aprendizado Baseado em Problemas), dando como opção ao aluno desenvolver seu projeto de forma individual ou em grupo, dando também total autonomia sobre como entregar o produto final para avaliação.
Rebecca explica que, para cada disciplina, um problema diferente é desenvolvido por um professor, dentro dos parâmetros adotados pelo curso e pela FGV, com a preocupação de que a avaliação será realizada por outro professor, que é o tutor.
A executiva também falou sobre a utilização do ARGo, uma metodologia ativa que busca usar as experiências colaborativas para auxiliar na solução de um desafio.
Sobre o HIP FGV
O Hub de Inovação Pedagógica da Fundação Getulio Vargas é um foro constituído pelas coordenações das áreas de ensino das unidades da FGV. Atualmente o HIP FGV conta com cerca de 30 integrantes, de mais de 15 unidades da Fundação, localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O objetivo é fomentar espaços de trocas pedagógicas entre as iniciativas e boas práticas de todas as unidades da FGV, de modo a reconhecer e incentivar práticas pedagógicas exitosas que têm potencial de disseminação na FGV. A proposta é coordenar, propor e liderar o debate interno da FGV para o aperfeiçoamento de metodologias de ensino nas unidades da Fundação, bem como a criação de conhecimento no tema do ensino-aprendizagem e tecnologias aplicadas ao ensino.
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