Administração

Inovação para o futuro dos negócios é destaque no Fórum do Conhecimento em São Paulo

Estruturado em quatro blocos temáticos, o evento destacou as conexões entre teoria e prática, mostrando como a inovação pode ser catalisadora de crescimento e transformação organizacional.

Compartilhe:
Inovação para o futuro dos negócios é destaque no Fórum do Conhecimento em São Paulo

Em um mundo empresarial cada vez mais dinâmico, a capacidade de inovar tornou-se uma exigência crucial para a sobrevivência e o crescimento das organizações. Foi nesse contexto que nos dias 6 e 7 de dezembro, a FGV EAESP realizou a disciplina Fórum do Conhecimento 2024 para a turma do Mestrado Profissional em Administração (MPA). 

Ministrada pelo professor Paul Ferreira, coordenador do curso, e Fábio Nagahama, o curso reuniu gestores brasileiros de diversos setores, ofereceu uma imersão na temática da inovação, sua aplicação estratégica e o impacto em diferentes indústrias. Estruturado em quatro blocos temáticos, o evento destacou as conexões entre teoria e prática, mostrando como a inovação pode ser catalisadora de crescimento e transformação organizacional.

Habitats de Inovação e conexões estratégicas

A abertura destacou os ambientes onde a inovação floresce. Jorge Pacheco, fundador do State Innovation Center, apresentou o case de seu centro de inovação, projetado para inspirar criatividade. "Criamos um espaço onde startups e empreendedores podem se conectar para desenvolver soluções urbanas em mobilidade e energia, com um toque de cultura e tecnologia", explicou.

Guilherme Castellini, supervisor de empreendedorismo industrial do SENAI SP, trouxe insights sobre o UpLab, um hub que conecta startups à indústria. "A indústria é tradicionalmente avessa ao risco, mas nossa infraestrutura técnica permite que startups validem tecnologias e aprimorem seus modelos de negócio", destacou.

Maxmiliano Carlomagno, sócio-fundador da Innoscience, apresentou como a inovação aberta se tornou um motor estratégico para empresas. Ele explicou como o conceito de Venture Client, em que empresas compram soluções de startups para obter benefícios estratégicos, está transformando o ecossistema brasileiro. "O Brasil é hoje um benchmark global em inovação aberta, especialmente na integração entre grandes corporações e startups", destacou.

Colaboração global e capital humano

Luciana Wilson, sócia-fundadora da Managrow, trouxe uma perspectiva global, enfatizando a relevância de parcerias em ecossistemas de inovação. Ela destacou a colaboração com universidades e equipes multidisciplinares como ferramentas para maximizar resultados. "Startups têm o poder de capitalizar talentos e recursos de formas inovadoras, além de trazer diversidade de pensamentos para soluções mais robustas", pontuou. 

Isabela Berdu, associada de investimentos na BVC, trouxe a visão do venture capital e sua relação com a inovação no agronegócio. Ela abordou a complexidade cultural e estrutural do setor, compartilhando seu trabalho em conectar startups, investidores e universidades em busca de soluções tecnológicas para o agro. "Nosso objetivo é ajudar empreendedores brasileiros a desenvolver ideias que sejam escaláveis e tangíveis, contribuindo para um mercado cada vez mais inovador", explicou Isabela.

Tipos de Inovação

Já no segundo bloco do evento, o foco se voltou para diferentes abordagens de inovação. Leonardo Garnica, Head Global de Inovação da Embraer, abordou os horizontes de inovação da empresa. "Nosso DNA é desenvolver soluções de alta tecnologia que conectam pessoas e reduzem distâncias. Isso exige olhar além do produto atual e investir em inovações disruptivas", explicou.

Luiz Tavares, General Manager da SunStar Brasil, destacou como a inovação pode redefinir mercados. "Identificamos lacunas em saúde bucal infantil e lançamos produtos inovadores que educam e conquistam consumidores, ultrapassando gigantes do setor", compartilhou.

Carlos Esteves apresentou o case da Gerdau Next, a divisão de novos negócios da Gerdau, lançada em 2020 com a missão de diversificar o portfólio da empresa além do aço. Ele destacou a criação de negócios adjacentes ao core business da companhia, como construção modular, logística e tecnologia industrial, sempre com foco em sustentabilidade e soluções conectadas. "Olhamos para dentro e percebemos as oportunidades no mercado brasileiro, alavancando nossos 123 anos de excelência operacional e conhecimento industrial", explicou. 

Práticas Inovadoras para inspirar 

Empresas como Nubank e Rioquímica apresentaram diversas práticas inovadoras que combinam foco no cliente e transformação cultural com exemplos de aplicação prática. "No Nubank, inovação é parte do cotidiano e nasce das dores dos clientes. Queremos ser um banco com fã-clube", afirmou Suzana Kubric, Chief HR Officer.

Luiz Machado, Diretor Executivo da Rioquímica, explicou como a empresa transforma feedback de médicos em melhorias concretas. "Inovações simples, como a mudança na cor de produtos, podem salvar vidas. Nossa abordagem é entender o cliente para minimizar erros e melhorar processos", disse. Luiz, que defendeu sua tese de doutorado pela FGV EAESP recentemente, também deu dicas e apresentou detalhes de sua metodologia para contribuir com as pesquisas dos mestrandos. 

Casos Globais e o Terceiro Setor

Andrea Moufarrege, do Itaú Private Bank, trouxe reflexões sobre inovação na governança de empresas familiares, analisando casos das grifes mundiais Gucci e Hermès. "A continuidade depende de valores claros e inovação na sucessão familiar. Apenas 15% das empresas familiares sobrevivem além da terceira geração", alertou.

Camila Jordan trouxe uma perspectiva única sobre inovação no terceiro setor, baseada em sua atuação como Diretora Executiva na TETO Brasil. Ela destacou os desafios de construir resiliência climática em comunidades vulneráveis, compartilhando o exemplo de casas projetadas para resistir a desastres climáticos, como chuvas intensas e calor extremo. "Na TETO, moradia é dignidade, autoestima e segurança", afirmou Camila, explicando que as soluções desenvolvidas nas comunidades são feitas de forma participativa. Desde sua fundação, a TETO já entregou 5 mil casas emergenciais no Brasil, impactando diretamente mais de 14 mil pessoas.

Inovação nos setores digital e automobilítico

No último bloco do evento, Fábio Medeiros detalhou o modelo de negócios inovador da Cazé TV, que transformou a experiência de assistir esportes. Como Head de Produção e Conteúdo, ele destacou o uso de uma linguagem mais próxima e espontânea para engajar os espectadores no meio digital. "Na Cazé TV, conectamos com o público de forma autêntica, como se fôssemos amigos assistindo juntos", explicou. 

José Pavone, Chefe de Design das Américas da Volkswagen, apresentou o processo criativo por trás do desenvolvimento de um novo carro, que leva cerca de 28 meses no design e quatro anos até o lançamento e como ele traz inovação para a emrpesa. Ele explicou as etapas de criação, desde o desenho no papel até os modelos digitais e físicos de argila em escala real. "O design é um processo que une criatividade, reprodutibilidade e comunicação", disse Pavone. Ele destacou os desafios de equilibrar as demandas do financeiro, da engenharia e das regulações, reforçando a importância da colaboração entre áreas para materializar ideias inovadoras.

Transforme sua visão com o MPA da FGV EAESP

A disciplina Fórum do Conhecimento evidenciou como a inovação pode transformar negócios e setores. Os alunos foram incentivados a pensar como inovam em suas empresas e o que poderia mudar dentro do seu contexto tendo em vista tantos cases estudados na disciplina. 

ACESSE AQUI PARA SABER MAIS SOBRE O MPA