Novo livro sobre as relações culturais entre Brasil e Angola trata dos trânsitos sociais e culturais
O livro foi organizado por Carlos Major, Laila Brichta e Washington Nascimento e publicado pela FGV Editora.
A história contada no livro “Brasil, Moçâmedes e Mussungo Bitoto: trânsitos sociais e trocas culturais no sul de Angola”, começa com a chegada em Angola dos luso-brasileiros (pernambucanos) em meados do século XIX e como esse grupo foi fundamental na formação da região, que os europeus chamavam de Moçâmedes, mas que para os Kuvale era Mussungo Bitoto. O livro foi organizado por Carlos Major, Laila Brichta e Washington Nascimento e publicado pela FGV Editora.
Para marcar este lançamento, será promovido um bate-papo com a organizadora Laila Brichta (UESC) e o organizador Washington Nascimento (UERJ), com as participações de Camila Dias da Costa (UERJ) e Ronald Lopes de Oliveira (UERJ). O evento ocorrerá no dia 20 de março, às 19h, na Blooks Livraria, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
Depois se dedica a pensar como os africanos escravizados oriundos do Brasil, que vieram com seus senhores, contribuíram na formação de um novo grupo social na região, os Mbali, cuja maior expressão identitária e cultural são a sua arte mortuária e a festa da cruzeta, que mistura aspectos do universo afro-brasileiro com o kimbundu, ovimbundu e herero. Tais sujeitos, com origens bem diversas, assim como os acontecimentos desses três últimos séculos, se amalgamaram em uma realidade diversificada e contraditória, riquíssima, e que se manifesta em práticas culturais-artísticas recentes, como a poesia, fotografia e música.
O livro trata de um universo complexo, ancestral, colonial e afrofuturista, uma mistura de estéticas e origens diversas que conectam e denunciam realidades diferentes, atrelando para sempre Pernambuco, Mussungo Bitoto, Moçâmedes, Namibe; Brasil e Angola.
De acordo com Washington Nascimento, um dos organizadores, no início da organização do livro “estava em nosso horizonte pensar em como ele poderia chegar em sala de aula e desta forma imaginamos mostrar um pouco da potência cultural do sul de Angola, através da exposição de seus artistas e produtores culturais. (...) O livro também traz o debate sobre a presença do colonialismo português ainda na região, e a necessidade de descolonização. Por exemplo, o nome Moçamedes é de um traficante de escravizados, já os povos locais, nominaram esse lugar como Mussungo Bitoto (algo como “vale antigo”, ou “velho buraco”). É importante levar esse debate para as escolas, para o qual os nomes de ruas e cidades representam muitas vezes o colonialismo e processos de violência.”
Local:
Blooks Livraria
Espaço Itaú de Cinema - Praia de Botafogo, 316, Botafogo – Rio de Janeiro/RJ
Para adquirir o livro, acesse o site.
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