Pesquisa mostra como as empresas cuidam da saúde mental dos seus funcionários

A pandemia de Covid-19 foi o estopim para o aumento de volume nos casos relacionados à saúde mental. Assim, empresas passaram a conferir maior atenção ao tópico.
Administração
27 Abril 2023
Pesquisa mostra como as empresas cuidam da saúde mental dos seus funcionários

Um contraste entre a alta incidência de transtornos mentais entre profissionais no Brasil e ações insuficientes para lidar com o problema. Este foi o impasse encontrado por Paul Ferreira (diretor do Mestrado Professional em Administração da FGV EAESP), Taynã Appel (Graduanda em Administração de Empresas pela FGV EAESP e Universidade Bocconi) e Ines Hungerbühler (Head of Clinical Strategy na Gympass) que motivou o desenvolvimento de um estudo a respeito.

Realizada com o apoio de 572 profissionais, a pesquisa foi publicada na revista GV-Executivo tem como objetivo apontar caminhos para mudar tal cenário. A pandemia de Covid-19 foi o estopim para o aumento de volume nos casos relacionados à saúde mental. Assim, empresas passaram a conferir maior atenção ao tópico, contudo, ainda assim, existem organizações que subestimam a importância e a necessidade de manter o assunto no radar.

Ao longo do estudo foi verificado entre as organizações e lideranças:

  • Implantação de diferentes benefícios com a pandemia;
  • Essas iniciativas são percebidas como insuficientes pelos colaboradores e há divergências entre o que a empresa comunica e o que de fato é aplicado no cotidiano de trabalho;
  • O papel das lideranças é central na articulação de qualquer política de saúde mental.
     

Resultados encontrados

  • A situação atual da saúde mental nas empresas

A pandemia iniciada em 2020 e 2021 mostrou a saúde mental dos trabalhadores muito afetada por questões ligadas a saúde, riscos de vida e futuro incerto. Em 2022 o cenário muda para as preocupações ligadas a sobrecarga profissional desencadeando episódios de desmotivação, crise de pânico, depressão e até em Burnout.

  • Os benefícios mais importantes

Os principais benefícios vistos foram a saúde, auxílios financeiros e liderança/desenvolvimento profissional.

  • Comunicação, implementação e gaps de percepção

Na percepção da maioria dos entrevistados, as empresas não implementam nem comunicam oito dos 12 benefícios listados como prioritários. Como o caso de programas completos de saúde mental com atendimento psicológico, entrega de máscaras, mindfulness, ioga, etc.

  • O papel dos gestores

A proposta de maior importância para os respondentes envolve melhoria da comunicação ou alinhamento com seus líderes, mas quase dois terços deles afirmam não existirem programas nesse sentido. 

  • Saúde mental e desempenho

Apesar das empresas terem plena ciência da necessidade de cuidar da saúde mental dos seus funcionários, as evidências servem de contra-argumento à visão míope de que cuidar da saúde   mental e manter o bem-estar da força de trabalho é apenas uma forma de reduzir custos. O que foi observado é que elas pouco fazem ou nada se preocupam.

O artigo evidencia três aprendizados que são relevantes para as organizações e suas lideranças:

  • A resposta inicial das empresas à demanda por cuidado à saúde mental se baseia na implementação de diferentes benefícios aos funcionários;
  • Essa resposta ainda é percebida como insuficiente pelos funcionários e sofre de divergências entre o que a empresa comunica e o que é aplicado no cotidiano de trabalho;
  • O papel das lideranças é central na articulação de qualquer política de saúde mental.
     

Recomendações

  • Incentivar conversas abertas para reduzir o estigma
  • Ouvir primeiro. Manter uma escuta ativa é importante.
  • Fornecer treinamento em saúde mental


De acordo com os pesquisadores foi verificado na pesquisa que os colaboradores necessitam de um apoio holístico no que se refere a saúde mental. “A solução é uma abordagem proativa que coloca os funcionários em primeiro lugar e redesenha os arranjos de trabalho, processos e objetivos para que sejam mais humanos e saudáveis para os trabalhadores. Isso não apenas ajudará o RH a recuperar um papel mais estratégico, como também traz benefícios positivos de longo prazo, incluindo maior engajamento, produtividade e lealdade dos funcionários”, salientaram os pesquisadores.

Para ler o artigo completo, acesse o site.

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