Pesquisa sobre afeto e opressão no trabalho doméstico é premiada em evento de Ciências Sociais
Na vida de trabalhadores domésticos em geral, os marcadores raça e cor e gênero atravessam a história e as discussões sobre esse trabalho no Brasil.

Amanda dos Santos Lemos, aluna de doutorado da Escola de Ciências Sociais (FGV CPDOC) foi premiada em 2º lugar, na categoria Simpósio de Pós-Graduando, no Prêmio Luiza Bairros do 46º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Orientada pela professora Silvia Monnerat, a pesquisadora apresentou o paper "Afeto e opressão: as contradições envolvidas no trabalho doméstico remunerado".
Na vida de trabalhadores domésticos em geral, os marcadores raça e cor e gênero atravessam a história e as discussões sobre esse trabalho no Brasil. O trabalho doméstico remunerado contemporâneo conserva em si, a lógica servil e desumanizante do trabalho realizado pelas “mães pretas” no Brasil colônia. Mas, é preciso analisar esse dado com mais criticidade, entendendo que esse tipo de trabalho reafirma os valores racistas, sexistas, coloniais e patriarcais que formaram a nossa sociedade, legitimando as desigualdades sociais e raciais, presentes em nossa história desde a abolição da escravidão. É sobre essa temática que Amanda Lemos se debruçou ao longo de sua pesquisa.
A premiação visa incentivar a produção científica no país em temas e questões ligadas às Relações Étnico-raciais, racismo, desigualdades raciais e interseccionalidades, tanto sob perspectivas teóricas quanto empíricas. No mesmo sentido, a premiação busca incentivar e promover a difusão de trabalhos de excelência acadêmica e intelectual nessas áreas do conhecimento.
O anúncio ocorreu durante a Sessão de Premiação do Encontro Anual ANPOCS, no canal do Youtube da Associação, em outubro de 2022.
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