Economia

IGP-DI varia 0,50% em novembro de 2023

A inflação ao produtor avançou em resposta ao comportamento dos preços de commodities importantes, com destaque para o minério de ferro (de 2,81% para 3,07%), óleo Diesel (de 2,33% para 4,14%) e farelo de soja (de 1,72% para 5,60%).

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IGP-DI varia 0,50% em novembro de 2023

Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 0,50% em novembro. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,51%. Com este resultado, o índice acumula variação de -3,91% no ano e de -3,62% em 12 meses. Em novembro de 2022, o índice havia caído 0,18% e acumulava elevação de 6,02% em 12 meses.

"A inflação ao produtor avançou em resposta ao comportamento dos preços de commodities importantes, com destaque para o minério de ferro (de 2,81% para 3,07%), óleo Diesel (de 2,33% para 4,14%) e farelo de soja (de 1,72% para 5,60%). No âmbito do consumidor, vários serviços apareceram como maiores influências, especialmente os serviços bancários (de 0,12% para 2,19%). Já na construção civil, os preços de materiais, equipamentos e serviços arrefeceram, apresentando uma taxa de variação de 0,09% para -0,10%", conforme enfatizado por André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

Qual o valor do IGP-DI acumulado em 12 meses?

Com este resultado, o índice acumula variação de -3,91% no ano e de -3,62% em 12 meses. Em novembro de 2022, o índice havia caído 0,18% e acumulava elevação de 6,02% em 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
nov/230,50%-3,62%
out/230,51%-4,27%
set/230,45%-5,34%
ago/230,05%-6,91%
jul/23-0,40%-7,47%
jun/23-1,45%-7,44%
mai/23-2,33%-5,49%
abr/23-1,01%-2,57%
mar/23-0,34%-1,16%
fev/230,04%1,53%
jan/230,06%3,01%
dez/220,31%5,03%
nov/22-0,18%6,02%

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,63% em novembro. No mês anterior, o índice havia variado 0,57%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,30% em outubro para 0,01% em novembro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de 0,07% para -1,50%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 0,35% em novembro, contra alta de 0,46% em outubro.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 0,58% em outubro para 0,52% em novembro. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 1,47% para 1,18%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 0,39% em novembro, ante 0,41%, no mês anterior.

O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 1,42% em novembro, após variar 0,85% em outubro. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: soja em grão (-2,34% para 0,93%), leite in natura (-6,71% para -4,08%) e café em grão (0,20% para 5,70%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: bovinos (8,33% para 0,26%), cana-de-açúcar (2,30% para 0,20%) e algodão em caroço (-2,44% para -4,38%). 

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,27% em novembro. Em outubro, o índice variara 0,45%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (4,07% para 1,38%), Transportes (-0,03% para -0,38%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,33% para -0,02%), Vestuário (0,19% para -0,11%) e Comunicação (-0,03% para -0,09%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (24,87% para 6,56%), gasolina (-0,61% para -2,22%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,50% para -1,19%), roupas (0,12% para -0,27%) e tarifa de telefone residencial (-0,30% para -0,50%).

Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,05% para 0,47%), Despesas Diversas (0,08% para 1,24%) e Habitação (0,00% para 0,29%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: hortaliças e legumes (0,88% para 6,01%), serviços bancários (0,12% para 2,19%) e aluguel residencial  (-0,83% para 0,62%).

Núcleo do IPC e Índice de Difusão

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,33% em novembro, ante 0,30% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 33 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 23 apresentaram taxas abaixo de -0,04%, linha de corte inferior, e 10 registraram variações acima de 0,64%, linha de corte superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 54,52%, 1,94 pontos percentuais acima do registrado em outubro, quando o índice foi de 52,58%.        

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,07% em novembro, ante 0,20% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de outubro para novembro: Materiais e Equipamentos (0,03% para -0,15%), Serviços (0,61% para 0,29%) e Mão de Obra (0,36% para 0,32%).

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar.

Calendário de Divulgação:

Confira todos os resultados do IGP-DI em 2023.

O que é o IGP-DI?

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), é um indicador do movimento de preços que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro de inflação no Brasil. 

Para que serve?

O IGP-DI está estruturado para captar o movimento geral de preços através de pesquisa realizada nas áreas de cobertura de cada componente, durante o mês calendário, isto é, do primeiro ao último dia do mês de referência. Nessa pesquisa, cobre-se todo o processo produtivo, desde preços de matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos preços de produtos intermediários até os de bens e serviços finais. 

Como é utilizado?

Do ponto de vista da utilização, o propósito inicial do IGP era indicar as fases do ciclo econômico, deflacionando a antiga série de evolução dos negócios. Mais adiante, o IGP-DI teve seu papel de deflator estendido às Contas Nacionais. Com a introdução da correção monetária no Brasil, em 1964, intensificou-se a utilização desse índice em diferentes operações financeiras, especialmente reajustes contratuais.

Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. O IGP-DI também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. É natural, portanto, que haja por parte dos usuários o interesse em conhecer, em profundidade, os aspectos relacionados à metodologia de cálculo deste índice.

Como é calculado?

Quando da inclusão do ICC no cálculo do IGP-DI, convencionou-se que os pesos de cada índice componente corresponderiam a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais. Daí resultou a seguinte distribuição: 60% para o IPA, 30% para o IPC e 10% para o ICC (INCC).

A escolha destes pesos tem a seguinte explicação:

  1. Os 60% representados pelo IPA-DI equivalem ao valor adicionado pela produção de bens agropecuários e industriais, nas transações comerciais em nível de produtor;
  2. Os 30% de participação do IPC-DI equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços de consumo;
  3. Quanto aos 10% complementares, representados pelo INCC-DI, equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil.

Diferença entre IGP-DI, IGP-M e IGP-10

O IGP-DI é uma das denominações do IGP. O que muda entre o IGP-DI, o IGP-10 e o IGP-M (e suas prévias) é o período de apuração do índice.

  • IGP–M, pesquisado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência;
  • IGP–10, entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência;
  • IGP–DI, entre o 1º e o último dia do mês de referência;