Economia

IGP-M sobe 1,89% na 1ª prévia de janeiro de 2021

“A aceleração do IPA registra nova pressão trazida por aumento no preço do minério de ferro, cuja variação passou de -3,65% para 23,45%. Com este movimento, a commodity passa a acumular alta de 134,63% em 12 meses”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

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IGP-M sobe 1,89% na 1ª prévia de janeiro de 2021

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 1,89% no primeiro decêndio  de janeiro. No primeiro decêndio de dezembro, este índice havia registrado taxa de 1,28%. Com este resultado, a taxa em 12 meses passou de 23,52% para 24,87%.

“A aceleração do IPA registra nova pressão trazida por aumento no preço do minério de ferro, cuja variação passou de -3,65% para 23,45%. Com este movimento, a commodity passa a acumular alta de 134,63% em 12 meses”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,42% no primeiro decêndio de janeiro. No mesmo período do mês de dezembro, o índice variara 1,39%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram 1,04% em janeiro, após subir 2,28% em dezembro. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 4,11% para 1,01%. O índice correspondente aos Bens Intermediários passou de 2,65% no primeiro decêndio de dezembro para 1,38% no primeiro decêndio de janeiro. Este recuo foi influenciado pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 2,60% para 0,33%.

A taxa do índice referente as Matérias-Primas Brutas passou de -0,28% no primeiro decêndio de dezembro para 4,36% no primeiro decêndio de janeiro. Contribuíram para o avanço da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-3,65% para 23,45%), leite in natura (1,47% para 2,84%) e mandioca/aipim (-0,21% para 2,85%). Em sentido oposto, vale citar bovinos (1,98% para -4,16%), milho em grão (2,50% para -3,18%) e soja em grão (-2,60% para -5,17%).

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de 0,86% no primeiro decêndio de dezembro para 0,38% no primeiro decêndio de janeiro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Educação, Leitura e Recreação (3,52% para -2,99%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de 26,08% para -23,32%.

Também foram computados decréscimos nas taxas de variação dos grupos Alimentação (1,27% para 0,97%), Transportes (0,88% para 0,60%), Despesas Diversas (0,31% para 0,05%) e Comunicação (0,08% para -0,07%). Nestas classes de despesa, as maiores contribuições partiram dos seguintes itens: carnes bovinas (2,65% para 0,78%), gasolina (1,96% para 0,86%), serviços bancários (0,32% para 0,00%) e mensalidade para TV por assinatura (0,44% para -0,31%).

Em contrapartida, os grupos Habitação (0,48% para 1,06%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,08% para 0,44%) e Vestuário (-0,19% para 1,31%) registraram acréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos itens tarifa de eletricidade residencial (1,25% para 3,40%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,91% para 1,19%) e roupas (-0,54% para 1,26%).

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,94% no primeiro decêndio de janeiro, taxa inferior a apurada no mês anterior, quando o índice havia sido de 1,24%. Os três componentes do INCC registraram as seguintes taxas da variação na passagem do primeiro decêndio de dezembro para o primeiro decêndio de janeiro: Materiais e Equipamentos (2,77% para 1,66%), Serviços (0,38% para 0,06%) e Mão de Obra (0,22% para 0,53%).

Resultados anteriores:

Sobre o IGP-M:

Índice Geral de Preços (IGP) foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.

O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.

O IGP-M é calculado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) e utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.

Como o IGP-M é calculado:

O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
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Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:

  • - 60% para o IPA;
  • - 30% para o IPC;
  • - 10% para o INCC;
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Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.

Como o IGP-M é utilizado:

IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.

Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.