IGP-M varia 2,92% no segundo decêndio de outubro
Com este resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 18,20% para 20,56%

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 2,92% no segundo decêndio de outubro de 2020, ante 4,57% no mesmo período do mês anterior, aponta o Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Com este resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 18,20% para 20,56%.
“A desaceleração observada nas taxas de variação de algumas commodities, principalmente minério de ferro (17,01% para -0,34%), contribuíram para o recuo do índice de preços ao produtor. Os demais índices componentes do IGP seguem em aceleração. O IPC registra o avanço dos preços dos alimentos (0,80% para 1,66%) e o INCC, o aumento dos preços de materiais e equipamentos (2,52% para 3,69%)”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 3,75% no segundo decêndio de outubro, ante 6,36% no segundo decêndio de setembro. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais passaram de 2,89% em setembro para 2,73% em outubro. A maior contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 6,21% para 4,61%.
O índice referente a Bens Intermediários variou 3,50% no segundo decêndio de outubro, ante 4,14% no mesmo período de setembro. O destaque coube ao subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 6,85% para -3,91%.
A taxa do grupo Matérias-Primas Brutas foi de 11,31% no segundo decêndio de setembro para 4,77% em igual período de outubro. Contribuíram para o movimento do grupo os seguintes itens: minério de ferro (17,01% para -0,34%), milho em grão (14,27% para 7,81%) e café em grão (6,74% para -8,25%). Em sentido oposto, destacam-se os itens soja em grão (12,53% para 12,88%), cana de açúcar (0,89% para 2,61%) e laranja (2,76% para 9,59%).
Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,71% no segundo decêndio de outubro, após variar 0,38% no mesmo período de coleta de setembro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Educação, Leitura e Recreação (0,40% para 3,05%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de 6,74% para 33,57%.
Também foram computados acréscimos nas taxas de variação dos grupos Alimentação (0,80% para 1,66%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,50% para 0,11%), Vestuário (-0,73% para 0,40%) e Comunicação (0,01% para 0,06%). Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: hortaliças e legumes (-4,29% para 1,09%), plano e seguro de saúde (-2,40% para 0,00%), roupas (-0,76% para 0,43%) e tarifa de telefone residencial (0,00% para 1,10%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (0,94% para 0,01%), Habitação (0,48% para 0,31%) e Despesas Diversas (0,29% para 0,14%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, os maiores recuos foram observados nas taxas dos itens gasolina (3,19% para -0,74%), tarifa de eletricidade residencial (0,45% para 0,13%) e serviços bancários (0,18% para 0,10%).
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 1,50% no segundo decêndio de outubro. No mês anterior, o índice havia variado 0,98%. Os três grupos componentes do INCC apresentaram as seguintes variações na passagem do segundo decêndio de setembro para o segundo decêndio de outubro: Materiais e Equipamentos (2,52% para 3,69%), Serviços (0,06% para 0,39%) e Mão de Obra (0,07% para 0,13%).
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Sobre o IGP-M:
O Índice Geral de Preços (IGP) foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é calculado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) e utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Como o IGP-M é calculado:
O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).
- - Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- - Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- - Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:
- - 60% para o IPA;
- - 30% para o IPC;
- - 10% para o INCC;
Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.
Como o IGP-M é utilizado:
O IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.
Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.