Inflação prevista pelos consumidores recua em janeiro
“O resultado de janeiro reforça a evidência empírica de que as expectativas de inflação dos consumidores são fortemente vinculadas ao índice de preços ao consumidor acumulado nos 12 meses anteriores, afirma o economista do IBRE, Pedro Costa Ferreira.

A expectativa mediana dos consumidores brasileiros para a inflação nos próximos 12 meses recuou de 9,1% para 7,9% em janeiro, o menor valor desde janeiro de 2015 (7,2%), aponta pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (IBRE). A queda de 1,2 ponto percentual (p.p.) na margem representou a maior variação negativa da série iniciada em setembro de 2005.
“O resultado de janeiro reforça a evidência empírica de que as expectativas de inflação dos consumidores são fortemente vinculadas ao índice de preços ao consumidor acumulado nos 12 meses anteriores. Colaboraram para a queda o IPCA acumulado em 2016, que ficou abaixo do teto da meta de inflação, e a ampla divulgação pela mídia desse resultado pouco esperado, enfatizando a preocupação do governo em controlar o aumento dos preços. ”, afirma o economista Pedro Costa Ferreira, do IBRE.
Entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, a proporção de consumidores prevendo inflação abaixo do limite superior de tolerância do regime de metas de inflação (6,5%) aumentou em 16,5 pontos percentuais, ao passar de 16% para 32,5% do total. Considerando-se diferentes intervalos, a maior redução de frequência relativa de previsões ocorreu na faixa de inflação entre 10% e 12%, escolhida por 13% dos consumidores em dezembro e por 9,5%, em janeiro.
Entre as diferentes faixas de renda familiar, a queda foi generalizada. Os consumidores com renda superior a R$9.600,00 passaram a prever uma inflação de 6,9% para os próximos 12 meses, o menor valor desde março de 2014 (6,8%).
O estudo completo está disponível para download.