Preços aceleram na semana da greve dos caminhoneiros
Batata subiu mais de 150% em São Paulo. No Rio, item também foi o que mais acelerou.

De carona com a greve dos caminhoneiros, os preços dos alimentos dispararam. Na semana da greve, em comparação com a semana imediatamente anterior, a batata chegou a registrar 150,13% de aumento em São Paulo. Foi o que revelou levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), com dados do IPC-FGV, de itens vendidos no Rio de Janeiro e em São Paulo. André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE, comparou os preços de alguns itens que vigoraram entre 14 e 18 de maio com os preços coletados entre 21 e 28 do mesmo mês – período em que teve início a paralisação.
De acordo com o economista, a coleta confirmou a rápida elevação dos preços dos alimentos in natura, possibilitando identificar os efeitos da greve. “A expectativa é de que os preços comecem a desacelerar já na próxima semana. “No entanto, o recuo dos preços ocorrerá gradualmente devido a recomposição de prejuízos acumulados com a paralização. A expectativa é de que a oferta esteja totalmente normalizada nos próximos 20 dias”. analisou Braz.
Para maio, a previsão é de que a inflação medida pelo IPCA, calculado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fique em torno de 0,30%. Já no próximo mês haverá uma concentração de fontes de pressão e a inflação pode chegar a 1%. “Em junho teremos bandeira vermelha patamar dois para energia e a expectativa é de que a conta de luz suba 10%, sem contar com a contribuição dos alimentos in natura e da gasolina”, analisou o economista.
Braz dá dicas para os consumidores sofrerem menos com a alta dos preços. “O brasileiro deve comprar somente o necessário, evitando os produtos com preços mais elevados, pois isso ajuda a limitar o aumento de preços e a fazê-los voltar à normalidade mais rápido”.