A FGV Projetos, em parceria com o BNDES, promoveu o Seminário Internacional “Transição energética no mar: desafios e oportunidades para o Brasil” no final de abril, com atividades nas sedes da FGV e do BNDES, no Rio de Janeiro. Considerando seus dois dias, o evento reuniu mais de 50 atores da inciativa privada, pública e academia como palestrantes e mediadores e foi assistido presencial ou nos canais do Youtube da FGV e BNDES, por cerca de 1000 pessoas. 

Iniciando com as falas dos presidentes do BNDES, Aloisio Mercadante e da FGV Carlos Ivan Simonsen Leal, a mesa de abertura contou também com o Comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; autoridade máxima da Marinha; o Secretário-Geral da Organização Marítima Internacional, Arsenio Dominguez; a conselheira do BNDES e ex-ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira; e a diretora do BNDES, Luciana Costa.  

Veja abaixo alguns tópicos de destaque do evento. 

Mobilização do setor:  

• Na academia, liderança da FGV e participação da UFRJ, USP e UNICAMP. A mensagem que foi reforçada é a importância dessa colaboração para o Brasil, e a necessidade da repactuação público-privada na transição energética.  

• Na iniciativa pública, liderança do BNDES e Marinha do Brasil, apoiados pela ANTAQ, com participação da Petrobras e secretarias dos ministérios de Minas e Energia, Portos e Aeroportos e Ministério das Relações Exteriores.  

• Na iniciativa privada, somaram-se à Marsalgado players de navegação como Maersk, WilsonSons, OceanPact e Log-In, de energia como Raizen e Equinor, de motores como Wärtsilä, exportadores como Vale e Suzano, players do agronegócio como FS e Unica, classificadoras DNV e ABS, o Porto do Açu, e a consultoria BCG, entre outros.  

Fim do negacionismo 

Foi marcante a convergência dos participantes sobre a necessidade de descarbonizar a navegação e a iminência da mudança, aceitando que isso trará custos, mas terá que ser feito. A mentalidade não foi de negacionismo, mas de pragmatismo na avaliação de riscos e oportunidades. Reforçou-se o compromisso brasileiro com as NDCs (compromissos nacionais com o Acordo de Paris) e com a retomada do financiamento da transição energética. 

Renovação naval 

Reforçou-se a importância da engenharia naval brasileira e afirmaram que vão promover estudos para entender como o Brasil pode voltar para a indústria naval com seriedade e responsabilidade, reconhecendo e evitando os erros do passado, enquanto busca oportunidades nesse novo cenário. Mercadante anunciou a projeção de 6,6 bilhões de reais em contratações para o Fundo da Marinha Mercante para financiamento da indústria naval em 2024 e a redução da taxa de juros para projetos que comprovem 30%+ de redução na emissão de embarcações. 

Plano nacional 

Foram lançadas as diretrizes para o Plano Nacional de Transição Energética no Mar do Brasil. Esse planejamento é um passo importantíssimo para o sucesso da estratégia brasileira. Desde 2019, diversos países já publicaram seus planos de ação nacionais conforme sugestão da IMO, como Inglaterra, Singapura, Japão, Coréia do Sul, Índia, Finlândia e Noruega.  

Parceria entre FGV, BNDES e Marinha do Brasil 

A parceria não foi apenas institucional. O trabalho conjunto envolveu a formação da equipe de coordenação, contando com o apoio de mais seis organizações - a Petrobrás, o IBP, a SOBENA, o Cluster Tecnológico Naval, o Porto do Açu e a MarSalgado - a concepção, a divulgação e a organização do Seminário.