Evento discute políticas e soluções inovadoras para os desafios dos oceanos no G20
Durante o encontro, o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Prefeitura do Rio assinarão acordo para monitorar a costa marítima da cidade.
O Diretor-Geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), Segen Estefen, e o Chefe Executivo do Centro de Operações do Rio de Janeiro, Marcus Belchior, assinarão um acordo de cooperação, no próximo dia 13 de novembro, para o monitoramento da temperatura, agitação marítima e elevação do nível do mar na área costeira do Rio de Janeiro. A cidade está entre os municípios brasileiros que serão mais afetados pelas mudanças climáticas, de acordo com alerta da Organização das Nações Unidades (ONU). O acordo será assinado, às 10 horas, após a abertura oficial do evento “Navigating the Oceans towards the G20 Agenda”, no Centro Cultural FGV, na Praia de Botafogo, 190, Rio de Janeiro.
O acordo prevê estudos para a implantação de um sistema de monitoramento da costa do Rio de Janeiro. Os especialistas do INPO vão definir os equipamentos necessários que devem ser instalados para a obtenção de dados, em tempo real, da temperatura, correntes, ondas, elevação do nível do mar, entre outros, para indicar soluções e tomadas de decisão que possam prevenir e reduzir os impactos de eventos drásticos, tanto na orla como na baixada, como ressacas, erosão, inundações, enchentes. A implantação desse sistema no município poderá servir de referência para outros municípios do país que também apresentam vulnerabilidades em relação aos impactos das mudanças climáticas.
O oceano funciona como uma espécie de ar-condicionado do planeta. Da Revolução Industrial até hoje, o oceano já absorveu cerca de 90% do excesso de todo o calor atmosférico gerado pelas emissões de CO2. A água tem uma alta capacidade térmica, permitindo o armazenamento de grandes quantidades de calor. É exatamente o que os oceanos fazem. Sem eles, a temperatura global do nosso planeta seria insustentável. No entanto, devido à absorção de CO2 emitidos na atmosfera as águas dos oceanos estão cada vez mais quentes, mais ácidas, com menos oxigênio, e o nível de elevação do mar aumenta a cada ano. Para preservar os oceanos é necessário políticas públicas que estimulem o desenvolvimento de tecnologias, adoção de práticas para conservação marinha, investimento em pesquisa e monitoramento oceânico.
Segundo o diretor do INPO, Segen Estefen, as cidades precisam estar cada vez mais adaptadas e resilientes para as mudanças do clima e atentas ao potencial socioeconômico sustentável do oceano. “A parceria entre a Prefeitura do Rio e o INPO é um primeiro passo para associarmos competência científica e tecnológica e políticas públicas, trazendo benefícios para os municípios e a sociedade.”
Ainda no evento, especialistas de vários países abordarão os resultados dos Diálogos Oceânicos organizados ao longo de 2024 pelo Oceans20 e liderado pela sociedade civil, debatendo as lições aprendidas e o caminho à frente. Entre os temas debatidos, estão o Planejamento Espacial Marinho (PEM), as mudanças climáticas, a Economia Azul e ciência, tecnologia e inovação.
Sobre O INPO
O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) é referência nacional sobre o tema oceano. Vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, tem como objetivo geral promover as ciências do mar de forma integrada e transdisciplinar, permitindo o enfrentamento dos desafios nacionais nessa área, em distintas escalas, bem como provendo o embasamento técnico para a implementação de políticas públicas que beneficiem a sociedade brasileira e a ampliação do papel do Brasil no cenário internacional, em prol de um oceano sustentável.
O INPO reúne mais de 80 cientistas que são líderes de pesquisas sobre oceano no país.
Oceans20: a importância dos oceanos na agenda global
Criado pela Presidência Brasileira no âmbito do G20 Social, o Oceans20 é um marco histórico de reconhecimento do papel central do oceano nas agendas globais de clima, energia e meio ambiente. A iniciativa retrata o reconhecimento do oceano nas agendas globais e do engajamento da sociedade civil.
O Oceans 20 é coorganizado pela Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano da Universidade de São Paulo, em colaboração com o Fórum Econômico Mundial, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil e Ocean Stewardship Coalition -, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO). O Oceans20 fortalece e consolida a presença do oceano no G20 ao integrar os países que antecederam e que sucederão ao Brasil em sua presidência. A partir de 2025, caberá à África do Sul presidir os trabalhos do G20 e o que se espera é que os líderes do Grupo integrem as prioridades definidas pelo Oceans20 em suas agendas climáticas, de desenvolvimento e comerciais, garantindo um futuro oceânico sustentável.
Evento
Data: 13/11/2024
Horário: 08h30
Local: Centro Cultural FGV (Praia de Botafogo, 186 - Botafogo, Rio de Janeiro/RJ)
Para conferir a programação completa e realizar a sua inscrição, acesse o site.
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