Carros antigos brasileiros valorizaram até 135% acima da Selic, aponta estudo
Veículos antigos no Brasil geraram retorno financeiro superior à Selic e ao CDI, mostra estudo inédito da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV (EAESP). Dos 24 modelos analisados entre os anos 2005-2006 e 2015-2016, a Kombi Corujinha liderou com uma valorização de 135% acima da Selic nesse período de dez anos. Mesmo entre os cinco veículos que tiveram a menor valorização, em nenhum deles a valorização foi inferior à inflação.
“Diferentemente dos modelos modernos, que perdem valor com o tempo, como ocorre com os bens de consumo em geral, o modelo antigo dificilmente tem seu valor reduzido com o passar dos anos”, diz um dos autores da pesquisa, Luis Henrique Rigato, professor e coordenador do curso Master in Business and Management (pós-graduação lato sensu em Administração) da EAESP.
Os cinco modelos antigos que mais valorizaram foram a Kombi Corujinha ano 68 a 75 (135,1%), o Dodge Charger ano 73 a 75 (125,9%), o Dodge Dart 2 portas ano 70 a 73 (117,7%), o Camaro Coupê ano 67 a 69 (116%) e o Maverick GV V8 ano 73 a 76 (75,5%). Os cinco que menos valorizaram foram o Mustang Hard Top anos 66 a 68 (-32,5%), a Mercedes SL anos 73 a 75 (-27,8%), a Rural Willys ano 68 a 70 (-13,1%), o Porsche Envemo Super 90 ano 80 a 82 (-5%) e o Camaro conversível ano 67 a 69 (2,4%).
O estudo da EAESP indica ainda que os veículos que mais valorizaram não foram necessariamente os de preferência dos colecionadores. “Esperava-se que os modelos mais desejados seriam os que teriam a tendência de maior valorização, o que não ocorreu”, comenta o outro autor do estudo, o professor Arthur Ridolfo Neto.
Para termos comparativos de rendimentos em aplicações, optou-se pelos índices da caderneta de poupança, CDI, IGP-M e Selic durante a última década, segundo dados do Banco Central. Já os dados para o levantamento foram coletados com questionários respondidos por 103 colecionadores e análise de 6 mil anúncios de classificados de vendas de modelos antigos – ou seja, que se enquadrassem nas especificações da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), que são: ter sido fabricados há mais de 30 anos, conservar as características originais de fabricação e ter o Certificado de Originalidade reconhecido pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
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