Estudo sobre projeção de inflação e credibilidade auxilia na tomada de decisões pelo Banco Central
O Banco Central (BC) brasileiro trabalha com regime de metas inflacionárias, que determina valores máximos e mínimos para a inflação anual, aumentando ou diminuindo a taxa básica de juros com o intuito de manter a inflação dentro da faixa imposta e o mais próximo possível da meta. Desde 1999, o BC quase sempre se saiu bem nesta tarefa, sendo o sucesso medido por um Índice de Credibilidade. O artigo do professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE), João V. Issler, A short term credibility index for central banks under inflation targeting: An application to Brazil propõe um “sistema de alerta” calculando mês a mês a probabilidade de a inflação ficar dentro das metas num futuro próximo de, no máximo, seis meses.
Este acompanhamento mais frequente evitaria algumas distorções. Por exemplo, no modus operandi atual, a inflação de dezembro é comparada com a meta, podendo ficar dentro da faixa ainda que estivesse fora dos limites aceitáveis por alguns meses ou saia deles nos meses subsequentes. A proposta apresentada no artigo, por sua vez, permitiria ao BC reagir de forma mais eficiente caso haja indicação de que a inflação sairá da faixa inflacionária.
Outra contribuição do artigo é medir a credibilidade do BC focando no curto prazo, complementando as medições de longo prazo usuais na literatura. Tradicionalmente, estimativas de credibilidade baseiam-se na expectativa das pessoas sobre a capacidade do BC em manter a inflação na meta. Consequentemente, a computação é dessa variável é delicada dada a necessidade de se modelar o comportamento humano. Na proposta apresentada, a credibilidade de curto prazo é baseada somente no próprio processo inflacionário.
O artigo foi elaborado em colaboração com dois economistas da Maastricht University School of Business and Economics, Holanda. Para ler o estudo na íntegra, clique aqui.
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