Economia

IGP-M desacelera para 0,27% em janeiro de 2025

Os preços ao produtor contribuíram para desaceleração do IGP-M em janeiro, com destaque para nova queda dos preços dos alimentos processados e das principais commodities.

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IGP-M desacelera para 0,27% em janeiro de 2025

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M)  avançou 0,27% em janeiro, mas desacelerou em relação a dezembro, quando havia registrado alta de 0,94%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 6,75% nos últimos 12 meses. Em janeiro de 2024, o IGP-M havia subido 0,07% no mês, porém ainda registrava queda acumulada de 3,32% em 12 meses.

 

“Em janeiro de 2025, a inflação ao produtor desacelerou devido à queda nos preços da soja, do gado bovino e suíno. No varejo, a inflação permaneceu contida, já que a alta dos alimentos foi compensada pela redução no preço da energia. Na construção civil, no entanto, os reajustes salariais sustentaram a aceleração da inflação interanual do setor”, afirma André Braz, economista do FGV IBRE. 

Qual o valor do IGP-M acumulado nos últimos 12 meses?

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acumula alta de 6,75% nos últimos 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
jan/250,27%6,75%
dez/240,94%6,54%
nov/241,30%6,33%
out/241,52%5,59%
set/240,62%4,53%
ago/240,29%4,26%
jul/240,61%3,82%
jun/240,81%2,45%
mai/240,89%-0,34%
abr/240,31%-3,04%
mar/24-0,47%-4,26%
fev/24-0,52%-3,76%
jan/240,07%-3,32%

 

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) arrefece para 0,24%.

Em janeiro, a taxa do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) desacelerou para 0,24%, registrando um recuo significativo em relação ao avanço de 1,21% observado em dezembro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais retrocedeu para 0,79% em janeiro, após registrar alta de 0,83% em dezembro. Seguindo esse comportamento, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 1,20% em dezembro para 0,71% em janeiro. A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 1,26% em janeiro, superior à do mês anterior, quando registrou taxa de 0,47%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 1,20% em janeiro, alta superior a apurada em dezembro, que foi de 0,46%. O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 0,75% em janeiro, registrando uma inversão em sua taxa após subir 2,35% em dezembro.


IPC sobe 0,14% em janeiro

Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,14%, apresentando ligeira aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice subiu 0,12%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco apresentaram avanços nas suas taxas de variação: Saúde e Cuidados Pessoais (0,20% para 0,57%), Alimentação (1,09% para 1,31%), Vestuário (-0,11% para 0,63%), Transportes (0,30% para 0,44%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,02% para 0,15%). Em contrapartida, os grupos Habitação (-1,08% para -1,65%), Despesas Diversas (0,85% para 0,29%) e Comunicação (0,06% para -0,03%) exibiram recuo em suas taxas de variação.

 

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelera para 0,71% em janeiro

Em janeiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,71%, taxa superior à observada em dezembro, que foi de 0,51%. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se movimentações distintas nas suas respectivas taxas de variação na transição de dezembro para janeiro: o grupo Materiais e Equipamentos recuou de 0,57% para 0,43%; o grupo Serviços variou de -0,25% para 0,41%; e o grupo Mão de Obra avançou de 0,53% para 1,13%.

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar

 



Calendário de divulgação 2025: 

O calendário completo será divulgado em breve.

Confira todos os resultados do IGP-M em 2025


Resultados anos anteriores:


O que é o IGP-M?

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.

O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.

O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.


Como o IGP-M é calculado?

O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:

  • 60% para o IPA;
  • 30% para o IPC;
  • 10% para o INCC;

Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.


Como o IGP-M é utilizado?

O IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.

Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.