Rosalina Lisbôa representou o Brasil na Assembleia da ONU e a Paraíba em Congresso Internacional
Rosalina Coelho Lisbôa de Larragoiti (1900 -1975) nasceu no Rio de Janeiro, atuou como jornalista e diretora do jornal Diários Associados encarregada das sucursais de Lisboa, Madri e Paris. Entusiasta dos movimentos revolucionários da década de 1920, Rosalina escreveu artigos e pronunciou discursos enaltecendo os jovens oficiais envolvidos nos levantes, manifestando-se contra o exílio a que muitos foram forçados a cumprir.
Em artigo publicado pela imprensa carioca, em 2 de maio de 1928, conclamava as mulheres brasileiras a promoverem a luta pela anistia. Foi partidária da Revolução de 1930 e nesse mesmo ano representou a Paraíba no Congresso Feminino Internacional.
Partidária da Revolução de 1930, proferiu em 1929 um discurso em frente à Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, contestando a política do presidente Washington Luís. Defendia a intervenção da mulher na política, a igualdade de direitos entre os sexos e o aproveitamento da força de trabalho feminina. Em 1930, representou a Paraíba no Congresso Feminino Internacional realizado no Rio Grande do Sul. Foi a primeira mulher brasileira a ser enviada ao exterior em missão intelectual (Montevidéu, 1932) e, em 1939, representou o Brasil na Comissão Interamericana de Mulheres, em Washington (DC).
Nomeada, em 1951, delegada do Brasil à VI Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Paris, defendeu a abolição dos castigos corporais aplicados aos negros na África do Sul, o que levou a Corte Interamericana de Justiça considerar racistas as leis sul-africanas. No mesmo ano, apoiou publicamente a campanha a favor do divórcio, iniciada pelo senador Nélson Carneiro. Posteriormente foi eleita membro do Conselho Consultivo do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (1954).
Como jornalista colaborou com a revista “Careta” e escreveu diversos livros, entre os quais, Rito pagão (1922) e A seara de Caim (1952). Além de jornalista, Rosalina exerceu diversas funções diplomáticas entre 1930 e 1954, estabelecendo uma relação de amizade com o presidente Getúlio Vargas e ministro Oswaldo Aranha, o que permitiu ainda que atuasse como articuladora política em determinados momentos.
Esta matéria faz parte da série especial Mulheres do Acervo iniciada no Dia Internacional da Mulher.
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