IGP-M varia 0,29% em agosto

Com esse resultado, o índice acumula alta de 2,00% no ano e de 4,26% nos últimos 12 meses.
Economia
29 Agosto 2024
IGP-M varia 0,29% em agosto

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,29% em agosto de 2024, apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando registrou taxa de 0,61%, revela o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). Com esse resultado, o índice acumula alta de 2,00% no ano e de 4,26% nos últimos 12 meses. Em agosto de 2023, o índice havia registrado taxa de -0,14% no mês e acumulava queda de 7,20% em 12 meses.

“Os três índices componentes do IGP-M mostraram desaceleração na transição de julho para agosto. No Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), os principais fatores de queda foram as commodities, como minério de ferro, farelo de soja e feijão. No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o grupo alimentação destacou-se com uma queda mais acentuada, influenciada pela boa safra de produtos in natura, superando a redução observada no mês anterior. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta menos intensa nos custos de mão de obra, resultando em uma menor pressão inflacionária no segmento em agosto", detalha André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

Qual o valor do IGP-M acumulado para agosto de 2024?

O IGP-M acumula alta de 4,26% nos últimos 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
ago/240,29%4,26%
jul/240,61%3,82%
jun/240,81%2,45%
mai/240,89%-0,34%
abr/240,31%-3,04%
mar/24-0,47%-4,26%
fev/24-0,52%-3,76%
jan/240,07%-3,32%
dez/230,74%-3,18%
nov/230,59%-3,46%
out/230,50%-4,57%
set/230,37%-5,97%
ago/23-0,14%-7,20%

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

Em agosto, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,29%, uma desaceleração em relação ao comportamento observado em julho, quando registrou alta de 0,68%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais caiu 0,10% em agosto, apresentando uma desaceleração em relação a queda de 0,02% registrada no mês anterior. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de -4,43% para -7,11%, no mesmo intervalo. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, variou de 0,25% em julho para 0,29% em agosto.

A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,93% em agosto, apresentando uma ligeira alta em relação ao mês anterior, quando registrou 0,91%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 0,44% para 2,18%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 0,71% em agosto, após registrar alta de 0,99% em julho.

O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou queda de 0,05% em agosto, após registrar alta de 1,14% em julho. A desaceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como o minério de ferro, que inverteu sua taxa de uma alta de 0,78% para uma queda de 5,54%, o leite in natura, cuja taxa recuou de 5,72% para 0,82%, e o café em grão, que passou de 7,33% para 1,98%. Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam o milho, que alterou de uma queda de 0,82% para uma alta de 2,96%, as aves, que passaram de uma queda de 2,67% para uma alta de 1,85% e os bovinos, que aumentaram sua taxa de 0,56% para 2,78%.

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,09%, recuando em relação à taxa de 0,30% observada em julho. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis delas exibiram desaceleração em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação passou de 2,00% para 0,48%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o subitem passagem aérea, que passou de 12,06% na medição anterior para 2,60% na atual.

Também apresentaram recuos em suas taxas de variação os grupos Habitação (0,36% para -0,08%), Alimentação (-0,84% para -1,11%), Despesas Diversas (1,37% para 0,99%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,19% para 0,07%) e Vestuário (-0,16% para -0,17%). Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (1,28% para -0,71%), hortaliças e legumes (-8,78% para -16,09%), serviços bancários (2,44% para 1,52%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,11% para -0,71%) e calçados (0,61% para -0,40%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (0,64% para 1,22%) e Comunicação (0,04% para 0,19%) exibiram avanços em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar os itens: gasolina (1,60% para 3,62%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,45% para -0,15%). 

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

Em agosto, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,64%, um valor inferior à taxa de 0,69% observada em julho. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de julho para agosto: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um avanço, passando de 0,58% para 0,76%; o grupo Serviços recuou de 0,65% para 0,05%; e o grupo Mão de Obra registrou desaceleração, variando de 0,85% para 0,57%.

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar

Calendário de divulgação 2024: 

Confira todos os resultados do IGP-M em 2024.

Resultados anos anteriores:

O que é o IGP-M?

Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.

O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.

O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.

Como o IGP-M é calculado?

O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:

  • 60% para o IPA;
  • 30% para o IPC;
  • 10% para o INCC;

Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.

Como o IGP-M é utilizado?

IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.

Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.

 

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