Economia

IGP-M sobe 1,30% em novembro de 2024

Com esse desempenho, o índice acumula elevação de 5,55% no ano e de 6,33% nos últimos 12 meses.

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IGP-M sobe 1,30% em novembro de 2024

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 1,30% em novembro, desacelerando em relação ao mês anterior, quando havia registrado alta de 1,52%. Com esse desempenho, o índice acumula elevação de 5,55% no ano e de 6,33% nos últimos 12 meses. Em novembro de 2023, o IGP-M havia apresentado aumento de 0,59% no mês e acumulava queda de 3,46% em 12 meses.

 

Semelhante ao mês de outubro, a alta do IGP foi influenciada por commodities agropecuárias. No IPA, os principais destaques foram a carne bovina, o milho e a soja. Assim como ocorreu no IPA, nos preços ao consumidor, as carnes bovinas continuam sendo a principal influência. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção registrou desaceleração mais intensa em materiais, equipamentos e serviços, contribuindo para menor pressão em novembro.” Essas informações foram detalhadas por Matheus Dias, economista do FGV IBRE.


Qual o valor do IGP-M acumulado para outubro de 2024?

O índice acumula elevação de 6,33% nos últimos 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
nov/241,30%6,33%
out/241,52%5,59%
set/240,62%4,53%
ago/240,29%4,26%
jul/240,61%3,82%
jun/240,81%2,45%
mai/240,89%-0,34%
abr/240,31%-3,04%
mar/24-0,47%-4,26%
fev/24-0,52%-3,76%
jan/240,07%-3,32%
dez/230,74%-3,18%
nov/230,59%-3,46%


 

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

Em novembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,74%, registrando mais uma alta expressiva, porém em menor magnitude, quando comparada a taxa de 1,94% observada em outubro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 1,25% em novembro, taxa inferior em relação ao mês anterior, quando registrou alta de 1,36%. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa passou de 4,38% para 3,34%. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 1,88% em outubro para 1,50% em novembro.

A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,22% em novembro, superior à do mês anterior, quando registrou taxa de 0,13%. O principal fator que influenciou esse avanço foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -2,13% para -0,55%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 0,36% em novembro, porém inferior a alta de 0,52% em outubro.

O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 3,90% em novembro, após registrar alta de 4,59% em outubro. A desaceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como o minério de ferro, que recuou de uma alta de 7,20% para uma taxa de 2,37%, a laranja, cuja taxa desacelerou de 17,55% para 7,77%, e o leite in natura, que reduziu de 1,66% para -0,95%. Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam os bovinos, que acelerou de 11,33% para 13,57%, o café em grão, que subiu de 2,43% para 6,01% e o milho em grão, que avançou a alta em sua taxa de 6,87% para 8,85%.


Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma taxa de 0,07%, apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice teve um aumento de 0,42%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram recuos nas suas taxas de variação: Habitação (1,35% para -0,93%), Despesas Diversas (1,08% para 0,49%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,35% para 0,16%), Educação, Leitura e Recreação (-0,02% para -0,16%), Vestuário (0,23% para 0,04%) e Comunicação (0,14% para 0,03%). Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (5,51% para -4,57%), serviços bancários (1,22% para 0,05%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,53% para -0,44%), passagem aérea (-0,11% para -1,92%), calçados (0,76% para 0,08%) e mensalidade para TV por assinatura (1,06% para 0,00%).

Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,13% para 1,01%) e Transportes (-0,12% para 0,14%) exibiram avanços em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, merecem destaques os itens: carnes bovinas (3,10% para 6,10%) e gasolina (-0,34% para 0,03%).

 

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

Em novembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,44%, um valor inferior à taxa de 0,67% observada em outubro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se desaceleração nas suas respectivas taxas de variação na transição de outubro para novembro: o grupo Materiais e Equipamentos passou de 0,72% para 0,40%; o grupo Serviços variou de 0,70% para 0,09%; e o grupo Mão de Obra recuou de 0,60% para 0,54%.

O estudo completo está disponível no site.

Acesse aqui o material complementar


Calendário de divulgação 2024: 

Confira todos os resultados do IGP-M em 2024.


Resultados anos anteriores:


O que é o IGP-M?

Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.

O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.

O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.


Como o IGP-M é calculado?

O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:

  • 60% para o IPA;
  • 30% para o IPC;
  • 10% para o INCC;

Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.


Como o IGP-M é utilizado?

IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.

Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.